São Paulo, sábado, 29 de março de 2008

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Diretora diz que filme sobre feto é forte "de propósito"

MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO

Ao som de uma música do Pink Floyd ("Is Anybody Out There?"; há alguém lá fora?), cenas de fetos em baldes e mutilados, muito sangue, óvulos e médicos fazendo aborto. É assim o único filme de produção brasileira dos quatro exibidos pela Igreja Católica em palestras contra o aborto, alvo da Campanha da Fraternidade.
As imagens são muito fortes. O filme "Espécie", de 17 minutos, foi dirigido pela goiana Débora Torres, 44, que reconhece que ele é propositadamente apelativo. "Algumas pessoas acharam o filme apelativo, mas a apelação é proposital", disse. "As pessoas não imaginam que é um ser com bracinho, perninha, sendo destroçado e sofrendo." Ela pretende transformar o filme em longa-metragem.
Torres é produtora executiva do FestCine Goiânia (Festival de Cinema Brasileiro de Goiânia) e conselheira municipal de Cultura de Goiânia.
Ela recebeu as imagens de abortos e fetos da associação Pró-Vida e Pró-Família, de Brasília. Segundo Humberto Vieira, presidente da associação, elas foram feitas em clínicas de abortos dos Estados Unidos. O filme de Débora Torres usa ainda imagens do Discovery Channel e BBC, entre outros.
"Sempre fui contra o aborto. Sou mãe solteira de dois filhos de pais diferentes. Noventa por cento da população não é planejada", disse.


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