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Cliente pede helicóptero para levar as compras de shopping
DA REPORTAGEM LOCAL
No "concièrge" do shopping
Iguatemi, aquele balcão encarregado de fazer o impossível
para conseguir as regalias pedidas por clientes, o hoteleiro
Bruno Ferreira, contratado em
novembro passado para a função, teve de se virar em dois para conseguir um voo de helicóptero para dali a duas horas.
"Ele precisava de uma aeronave para depois das compras e
fizemos de tudo para providenciar. Faço o trabalho tradicional que há nos hotéis. Sou responsável por trazer o atendimento hoteleiro para o "concièrge" do shopping", diz.
Entre outros serviços, Ferreira teve de encontrar um professor de esgrima para um turista que queria fazer aulas enquanto estava em São Paulo e
conseguiu passagens de avião
num voo lotado para a mesma
noite. Com ele, trabalham outros dois colegas vindo de hotéis cinco estrelas.
Frescura? "Não, conforto",
explica Ferreira. No final do
ano passado, o Iguatemi investiu R$ 1,5 milhão no novo "concièrge" de 130 m2, que oferece
serviços para clientes VIPs, como carregadores de sacolas,
guarda-volumes para compras,
informações sobre a programação cultural da cidade, fraldário
para bebês nascidos em berço
esplêndido, caixas para presentes e até uma "personal shopper", a especialista em moda
que dá conselhos para renovar
o guarda-roupa. Todas mordomias trazidas dos hotéis.
Num segmento diferente,
mas com a mesma expertise
hoteleira, Camilla Barretto, gerente-geral do supermercado
St Marché, dono do Empório
Santa Maria, teve de descer à
padaria para conseguir um punhado de fermento, que estava
em falta nas prateleiras.
"Peguei um pouco e dei ao
cliente, sem cobrar nada. Ele
não tem nada a ver com meu
problema com o fornecedor",
afirma Camilla, ex-Emiliano.
Num lugar menos provável
ainda, o leito de um hospital, os
paparicos são iguais, ou maiores. O quarto tem tudo para
lembrar um hotel: TV a cabo
em aparelhos de plasma, internet sem fio e até cofre, para que
os pacientes ricos guardem
joias e objetos de valor.
É assim no Einstein, onde
até os aparelhos médicos ficam
escondidos ou são disfarçados
para que o ambiente tenha um
aspecto de hotel.
"Sempre temos de dizer sim
e atender os pedidos. Já pediram um binóculo para assistir,
da janela do hospital, a um
show no Morumbi", diz a líder
de governança Marina Belini
Bronchtein.
No Sírio-Libanês, outro hospital de alto padrão, uma paciente pediu, antes de ir à mesa
de cirurgia, que, quando voltasse, os lençóis (de fios egípcios,
garantem) do quarto estivessem mornos. E não é que o pedido da "hóspede" foi atendido.
"Hoje a hotelaria hospitalar é
bem próxima da hotelaria de
um hotel. Um paciente gostou
tanto da arrumação dos lençóis
que pediu para gravar e ensinar
às empregadas em casa", afirma a supervisora de hospedagem do Sírio, Iramaia Nunes.
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