São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2004

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PF terá divisão antitráfico de armas

DA SUCURSAL DO RIO

A PF (Polícia Federal) está montando nas superintendências estruturas para o funcionamento, ainda neste ano, de divisões específicas de combate ao tráfico de armas em todos os Estados. A informação foi dada ontem pelo diretor da Diretoria de Combate ao Crime Organizado da PF, Getúlio Bezerra, em seminário sobre controle de armas realizado pelo governo do Rio e pela ONU.
Segundo Bezerra, a nova estrutura de repressão ao tráfico de armas foi aprovada no ano passado, mas só neste ano está sendo implementada. Na estrutura anterior, a investigação sobre o contrabando de armas era feita pelas delegacias fazendárias.
"Essa estrutura não existia. Não tinha um órgão específico no Brasil para investigar exclusivamente o tráfico de armas. Esse crime era tratado como contrabando."
O delegado, porém, não disse quando essa nova estrutura estará funcionando plenamente.

Críticas
Na abertura do seminário, secretários de segurança do Sudeste fizeram cobranças ao governo federal. Anthony Garotinho, secretário de Segurança do Rio, criticou a medida provisória que autoriza integrantes de guardas municipais de cidades com mais de 50 mil habitantes a portar armas de fogo em serviço.
Lúcio Urbano Martins, secretário de Defesa Social de Minas Gerais, cobrou do Ministério da Justiça a liderança do debate sobre a reforma da legislação processual brasileira.
O delegado Massilon José Bernardes Filho, que representou o secretário da Segurança de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, criticou a falta de continuidade nas reuniões entre secretários dos quatro Estados do Sudeste.
Carlos Lopes, representante-residente no Brasil do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), citou, durante o seminário, estatísticas que indicam que o país precisa ter maior controle sobre as armas.
"O Brasil tem cerca de 2% da população mundial, mas foi responsável por 11% dos homicídios com armas de fogo. Em 2002, 40 mil pessoas morreram com armas de fogo, número superior ao de vítimas na Guerra do Iraque", disse Lopes. Ele citou ainda um estudo do Banco Mundial que estimou em R$ 70 bilhões o gasto anual do setor privado com serviços de segurança.


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