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PF terá divisão antitráfico de armas
DA SUCURSAL DO RIO
A PF (Polícia Federal) está
montando nas superintendências
estruturas para o funcionamento,
ainda neste ano, de divisões específicas de combate ao tráfico de
armas em todos os Estados. A informação foi dada ontem pelo diretor da Diretoria de Combate ao
Crime Organizado da PF, Getúlio
Bezerra, em seminário sobre controle de armas realizado pelo governo do Rio e pela ONU.
Segundo Bezerra, a nova estrutura de repressão ao tráfico de armas foi aprovada no ano passado,
mas só neste ano está sendo implementada. Na estrutura anterior, a investigação sobre o contrabando de armas era feita pelas
delegacias fazendárias.
"Essa estrutura não existia. Não
tinha um órgão específico no Brasil para investigar exclusivamente
o tráfico de armas. Esse crime era
tratado como contrabando."
O delegado, porém, não disse
quando essa nova estrutura estará
funcionando plenamente.
Críticas
Na abertura do seminário, secretários de segurança do Sudeste
fizeram cobranças ao governo federal. Anthony Garotinho, secretário de Segurança do Rio, criticou a medida provisória que autoriza integrantes de guardas municipais de cidades com mais de
50 mil habitantes a portar armas
de fogo em serviço.
Lúcio Urbano Martins, secretário de Defesa Social de Minas Gerais, cobrou do Ministério da Justiça a liderança do debate sobre a
reforma da legislação processual
brasileira.
O delegado Massilon José Bernardes Filho, que representou o
secretário da Segurança de São
Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, criticou a falta de continuidade nas reuniões entre secretários
dos quatro Estados do Sudeste.
Carlos Lopes, representante-residente no Brasil do PNUD (Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento), citou, durante
o seminário, estatísticas que indicam que o país precisa ter maior
controle sobre as armas.
"O Brasil tem cerca de 2% da
população mundial, mas foi responsável por 11% dos homicídios
com armas de fogo. Em 2002, 40
mil pessoas morreram com armas de fogo, número superior ao
de vítimas na Guerra do Iraque",
disse Lopes. Ele citou ainda um
estudo do Banco Mundial que estimou em R$ 70 bilhões o gasto
anual do setor privado com serviços de segurança.
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