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SEGURANÇA
A governadora e o marido, Anthony Garotinho, entregaram ao presidente Lula ofício similar ao encaminhado antes
Rosinha repete pedido de tropas e pede verba
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A governadora do Rio, Rosinha
Matheus, e o secretário da Segurança do Estado, Anthony Garotinho, pediram ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a liberação de R$ 78 milhões para construir presídios e a cessão de tropas
federais para atuar no policiamento ostensivo no Rio até o mês
de dezembro.
Em pedido encaminhado no
início do mês, quando as polícias
fluminenses ocupavam a favela
da Rocinha para reprimir conflitos entre traficantes de grupos rivais, Rosinha solicitava 4.000 soldados, especificava os locais onde
deveriam atuar e estipulava que
ficariam sob o comando da Polícia Militar, o que o governo federal considerou inaceitável.
Ontem, durante audiência no
Planalto, Rosinha e Garotinho entregaram ofício a Lula citando
apenas os locais onde querem que
os soldados atuem -os mesmos
do ofício anterior, endereçado ao
Ministério da Justiça. No atual, a
quantidade de soldados também
não é mencionada.
Na ocasião do pedido anterior,
chegou a haver um mal-estar entre Rio e Brasília. Em resposta à
exigência de que as tropas ficassem sob comando da PM, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz
Bastos, declarou que "as Forças
Armadas não são um instrumento prêt-à-porter [pronto para
usar] que se possa pegar e trazer
sob a direção de autoridades estaduais". Ontem, Garotinho disse
que os soldados podem trabalhar
sob o comando das Forças Armadas ou da PM. "Tanto faz", disse.
Em entrevista, Rosinha ressaltou que pediu uma cessão de tropas somente até dezembro, quando os 1.800 policiais do Batalhão
de Ocupação Permanente recentemente concursados estarão aptos a exercer suas funções.
A governadora disse que saiu
"bastante otimista" da audiência
com Lula. Segundo ela, o presidente prometeu dar uma resposta
no prazo de dez dias. Saindo do
Planalto, Rosinha e Garotinho foram recebidos pelo ministro da
Defesa, José Viegas, por meia hora, e voltaram para o Rio.
Hoje, Viegas deverá discutir o
pedido do governo do Rio com o
ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. O Ministério da Defesa divulgou nota informando que
"avaliará a possibilidade de contribuição das Forças Armadas
com o governo do Estado do Rio".
Quanto aos presídios, Rosinha
pediu recursos para construir um
federal e três estaduais, ao custo
de R$ 16 milhões cada um. Além
disso, pediu R$ 14 milhões que já
haviam sido solicitados no ano
passado para a conclusão da casa
de custódia do Estado.
No ofício, a governadora pede
também a ampliação dos efetivos
das polícias Federal e Rodoviária
Federal. Solicita também que as
unidades militares situadas na cidade do Rio possam ampliar seu
perímetro de proteção, "agindo
em caráter preventivo contra
ações delituosas no seu entorno".
Outro lado
O Ministério da Justiça vai convidar o secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, Astério Pereira dos Santos, para discutir uma forma de repassar
verbas do Fundo Penitenciário
Nacional para a construção de
presídios no Estado. Uma recomendação do Tribunal de Contas
da União impede a liberação dos
recursos se houver obras paradas
no Estado, o que acontece no Rio.
No caso do Fundo Nacional de
Segurança Pública, uma das formas encontradas pela pasta foi a
doação. Em vez de repassar o dinheiro para os Estados comprarem automóveis para a polícia,
por exemplo, o ministério compra os carros e faz uma doação ao
governo. Isso seria possível na
área penitenciária em relação a
bloqueadores de telefone celular
para os presídios, mas a construção de novas unidades prisionais
ainda está em aberto.
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