São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 2005

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LEGISLATIVO

O tucano Dalton Silvano e o líder do PT, João Antonio, trocaram empurrões; previdência não foi votada

Vereadores votam em dia tumultuado

SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL

A Câmara Municipal de São Paulo, depois de uma sessão tumultuada, aprovou pela primeira vez um projeto do prefeito José Serra (PSDB). Mas, antes de levar as propostas à votação, a Casa presenciou tapas e empurrões entre o líder do PT, João Antonio, e o tucano Dalton Silvano.
O governo teve dois projetos aprovados. Mas o seu principal objetivo, que era votar a mudança nas regras da previdência dos servidores municipais, continuou sem ir para o plenário. Outros 51 projetos, de autoria dos vereadores, também foram aprovados.
O PT, sem maioria para ganhar a votação e derrubar a reforma da previdência municipal, tentou ganhar tempo com obstruções durante todo o dia. Em uma dessas tentativas, João Antonio irritou-se com o presidente da sessão, Agnaldo Timóteo (PP), e decidiu avançar para a mesa. O motivo era um requerimento de sua autoria, que ele insistia que fosse lido.
No meio do caminho encontrou o tucano Dalton Silvano. Sobraram empurrões para os dois lados, além de um rasgo no paletó do tucano, que foi afastado por Adilson Amadeu (PTB).
"O PT sempre atropelou o regimento e eu nunca fui para cima do presidente como eles foram", acusou Silvano. "O motivo da confusão é o desrespeito ao regimento interno. Essa é mais uma forma autoritária de os tucanos governarem a cidade de São Paulo. Serra está governando por decreto", rebateu João Antonio.
A confusão terminou com tapinhas amistosos no ombro. João Antonio pediu desculpas ao presidente da sessão: "Depois de muitas horas de trabalho, os ânimos se alteram", disse.
Logo depois, a vereadora do PT Claudete Alves trocou farpas com Silvano novamente, mas eles foram afastados a tempo.
O corregedor da Câmara, Wadih Mutran (PP), afirmou que só poderá tomar uma atitude se receber denúncia formal. "Eu não posso dizer que houve um teatro. Cada um está expressando o que vem de dentro do ego."
Uma das propostas do Executivo aprovadas, após 87 dias sem votação de projetos, trata da contratação de agentes para combate à dengue. A outra regulamenta o uso de terrenos por entidades culturais, esportivas, jurídicas.


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