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SAÚDE
Concentração de antígeno é 33% inferior ao preconizado
Vacina contra gripe não se adequa ao padrão da OMS, mas é eficaz
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
A vacina contra gripe utilizada
na Campanha Nacional de Vacinação do Idoso deste ano, que começou na última segunda, tem
um erro de fabricação. Um dos
três antígenos que compõem o
medicamento possui uma concentração 33% inferior à determinada pela OMS (Organização
Mundial de Saúde).
A vacina usada no Hemisfério
Sul, inclusive o Brasil, é composta
por cepas dos três tipos de vírus
influenza que estejam em maior
circulação -neste ano, o Wellington, o New Caledonia e o
Shangai. O problema ocorreu
com a concentração do antígeno
do Wellington que, em vez de
conter 15 microgramas, foi fabricado com dez microgramas.
O alerta sobre o problema foi
feito pela Organização Panamericana de Saúde ao Ministério da
Saúde brasileiro no mês passado,
faltando pouco mais de 40 dias
para início da campanha nacional
de vacinação.
Segundo o secretário Jarbas
Barbosa (Vigilância em Saúde),
com base em estudos internacionais que demonstram a eficácia
da vacina mesmo com a concentração do antígeno reduzida, o
ministério decidiu manter o calendário de vacinação.
"Mesmo com a metade da concentração preconizada, a vacina
continua eficaz", afirma. Além
disso, ele diz que o vírus Wellington não circulou no Brasil no ano
passado. Ele é mais freqüente na
Austrália e Nova Zelândia.
Barbosa diz que não haveria
tempo hábil para a troca dos antígenos, fabricados na Austrália e
na Inglaterra, porque a vacinação
deve ser feita nesta época do ano
para ter o efeito contra a gripe.
Anteontem, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) concluiu um ensaio clínico com 75
idosos que testou efetividade da
vacina que já está sendo aplicada
nos idosos. Segundo o geriatra
João Toniolo Neto, o índice de
proteção ficou dentro do esperado, em torno de 85%.
"O estudo foi feito por excesso
de zelo nosso. Para nossa sorte,
outros trabalhos científicos, publicados em revistas de renome, já
haviam demonstrado a segurança
da vacina", afirma Barbosa.
Apesar de não haver estatísticas,
médicos já confirmam o aumento
de casos de gripe em razão da
queda da temperatura. A boa notícia, segundo João Toniolo, é que
os vírus da gripe circulantes são
os mesmos do ano passado e estão "cobertos" pela vacina.
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