São Paulo, quarta-feira, 29 de abril de 2009

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Pesquisa mostra que 81% dos garçons são a favor da lei antifumo em São Paulo

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Às vésperas de o governador José Serra (PSDB) sancionar a lei contra o cigarro mais restritiva já aprovada no Estado, uma pesquisa feita com empregados de hotéis, bares e restaurantes da capital, que trabalham expostos à fumaça, revela que 81% deles aprovam a proibição.
A nova legislação, aprovada pela Assembleia, proíbe as áreas de fumantes, só permite fumar ao ar livre e nas ruas e prevê multas que podem chegar a R$ 3,2 milhões para os estabelecimentos que não cumprirem a medida.
Encomendada pelo sindicato da categoria, o levantamento foi feito entre os dias 9 e 11 deste mês pelo Vértice Pesquisas de Opinião com 550 garçons e afins em 180 hotéis, bares e restaurantes da cidade de São Paulo. A pesquisa foi dividida entre fumantes e não fumantes.
No estrato dos que fumam, a aprovação à lei também é alta, de 60%. Entre os empregados não fumantes, o percentual salta para 86%. Considerados os dois grupos, o índice é de 81%. A margem de erro é quatro pontos percentuais, para mais ou para menos.
"A pesquisa confirma o que a categoria sempre reivindicou. Os garçons e demais trabalhadores são os mais prejudicados, ficam expostos à fumaça o dia inteiro", diz Francisco Calasans, presidente do Sinthoresp, o sindicato dos empregados do setor.
Segundo o Ministério do Trabalho, são 200 mil os empregados da categoria na Grande São Paulo e 400 mil no Estado. "É uma multidão prejudicada pelo fumo. E os patrões nunca pagaram adicional por insalubridade", afirma Calasans.
"Sou a favor dessa lei. Ficar respirando fumaça incomoda muito. Essa proibição vai melhorar muito a minha vida", diz Hermes Santos, barman do hotel Transamérica.
Entre os colegas de Santos entrevistados pela pesquisa, 56% disseram acreditar que a lei vai pegar, contra 37% que têm opinião contrária.
Outros 61% afirmaram que a proibição ao cigarro nos bares e restaurantes não vai provocar demissões no setor (33% disseram que sim), o principal argumento dos sindicatos patronais.
"Desconheço no setor a aprovação a essa lei. Como empregado, o garçom não tem como avaliar", diz Marcus Vinícius Rosa, diretor da Abresi (Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo), contrária à proibição ao cigarro.
"Temos uma pesquisa que foi feita com frequentadores e 85% apoiam a criação de fumódromos. O fumante tem a liberdade de fumar", diz Edson Pinto, diretor da Fhoresp (a federação da categoria).


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