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Pesquisa mostra que 81% dos garçons são a favor da lei antifumo em São Paulo
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Às vésperas de o governador José Serra (PSDB) sancionar a lei contra o cigarro
mais restritiva já aprovada no
Estado, uma pesquisa feita
com empregados de hotéis,
bares e restaurantes da capital, que trabalham expostos à
fumaça, revela que 81% deles
aprovam a proibição.
A nova legislação, aprovada
pela Assembleia, proíbe as
áreas de fumantes, só permite
fumar ao ar livre e nas ruas e
prevê multas que podem chegar a R$ 3,2 milhões para os
estabelecimentos que não
cumprirem a medida.
Encomendada pelo sindicato da categoria, o levantamento foi feito entre os dias 9
e 11 deste mês pelo Vértice
Pesquisas de Opinião com
550 garçons e afins em 180
hotéis, bares e restaurantes
da cidade de São Paulo. A pesquisa foi dividida entre fumantes e não fumantes.
No estrato dos que fumam,
a aprovação à lei também é alta, de 60%. Entre os empregados não fumantes, o percentual salta para 86%. Considerados os dois grupos, o índice
é de 81%. A margem de erro é
quatro pontos percentuais,
para mais ou para menos.
"A pesquisa confirma o que
a categoria sempre reivindicou. Os garçons e demais trabalhadores são os mais prejudicados, ficam expostos à fumaça o dia inteiro", diz Francisco Calasans, presidente do
Sinthoresp, o sindicato dos
empregados do setor.
Segundo o Ministério do
Trabalho, são 200 mil os empregados da categoria na
Grande São Paulo e 400 mil
no Estado. "É uma multidão
prejudicada pelo fumo. E os
patrões nunca pagaram adicional por insalubridade",
afirma Calasans.
"Sou a favor dessa lei. Ficar
respirando fumaça incomoda
muito. Essa proibição vai melhorar muito a minha vida",
diz Hermes Santos, barman
do hotel Transamérica.
Entre os colegas de Santos
entrevistados pela pesquisa,
56% disseram acreditar que a
lei vai pegar, contra 37% que
têm opinião contrária.
Outros 61% afirmaram que
a proibição ao cigarro nos bares e restaurantes não vai
provocar demissões no setor
(33% disseram que sim), o
principal argumento dos sindicatos patronais.
"Desconheço no setor a
aprovação a essa lei. Como
empregado, o garçom não
tem como avaliar", diz Marcus Vinícius Rosa, diretor da
Abresi (Associação Brasileira
de Gastronomia, Hospedagem e Turismo), contrária à
proibição ao cigarro.
"Temos uma pesquisa que
foi feita com frequentadores e
85% apoiam a criação de fumódromos. O fumante tem a
liberdade de fumar", diz Edson Pinto, diretor da Fhoresp
(a federação da categoria).
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