São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2010

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Com 227 radares, rodovias de SP vão ganhar mais 345

Concessionárias já estão instalando 177 aparelhos; governo compra outros 168

Segundo o DER, nos últimos três anos, 10 milhões de multas foram aplicadas por radar; para empresas, objetivo é reduzir acidentes

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Placa informa sobre radar na rodovia dos Bandeirantes

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Os motoristas que trafegam por rodovias paulistas, privatizadas ou não, terão de redobrar a atenção para evitar multas aplicadas com base na fiscalização por radares. Com 227 equipamentos hoje, as estradas de São Paulo deverão ganhar outros 345 nos próximos meses.
Do novo contingente, 177 estão sendo implantados, todos em vias sob concessão -outros 168 equipamentos, exclusivos para as rodovias administradas pelo Estado, estão em licitação.
A Folha pediu para as 18 empresas que administram rodovias em SP e para o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) a localização dos novos radares, mas apenas duas concessionárias responderam.
Segundo a Rodovias do Tietê, 14 ficarão no corredor leste da rodovia Marechal Rondon e em outras cinco estradas nas regiões de Piracicaba, Botucatu e Tietê. Já a ViaRondon disse que 21 serão instalados no trecho oeste da Marechal Rondon, entre Bauru e Castilho.
As concessionárias, o DER e a Polícia Militar Rodoviária são responsáveis por determinar, em conjunto, os locais de colocação dos radares, de acordo com a incidência de acidentes. Segundo o DER, são levados em consideração critérios como "volume de veículos, peculiaridade da pista, características geométricas e pontos com alto índice de acidentes".
Concessionárias disseram que a instalação de radares visa a redução de acidentes em pontos considerados perigosos. Elas também alegam que, desde 2007, ao menos 25 estradas foram privatizadas e, por isso, começam a receber os radares.

Multas
Levantamento do DER feito a pedido da Folha apontou que quase 10 milhões de multas foram aplicadas por meio de radares nos últimos três anos -tanto nas privatizadas quanto nas rodovias do Estado.
O número equivale a quase metade da frota de veículos do Estado, que é de 19,13 milhões (a maior do país). Dessas multas, cerca de 70% foram aplicadas por excesso de velocidade, segundo a Secretaria de Estado dos Transportes. Entre os 30% restantes, estão infrações como trafegar no acostamento.
O órgão não divulgou o valor arrecadado com os radares -informou não ser "possível o levantamento, já que nem todas as multas se transformam em arrecadação". A secretaria não soube informar quantas multas foram pagas.
Do total arrecadado, 95% ficam com o Estado e 5% são repassados ao Denatran (Departamento Nacional de Trânsito). O dinheiro deve ser aplicado em programas de educação no trânsito e na aquisição de equipamentos, por exemplo. As concessionárias e os fabricantes dos radares nada recebem da receita com multas.


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