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AGOSTINHO PESSOA DE SEABRA SOARES (1926-2010)
Em casa, foi o Agostinho Bril, o 1.001 utilidades
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Navegar era preciso para o
português Agostinho Pessoa
de Seabra Soares. Aos 18 anos,
ele desembarcou no Brasil
atrás de um objetivo: casar-se
com uma loira de olhos azuis,
como conta o filho Ricardo.
Encontrou Vera. Mas como
ela era 13 anos mais nova que
ele, a família da moça, no começo, ficou contra a união.
Acharam que Agostinho era
casado, ligaram para Portugal, investigaram sua vida.
A situação só aliviou para
ele quando o cônsul de Portugal interveio, garantindo que
o rapaz era de fato boa gente.
Para as mulheres da família
acabou sendo mesmo. Com o
tempo, elas passaram a considerá-lo o tipo ideal de marido.
Engenheiro eletrônico, ele
teve empresas, trabalhou na
Philips e com construção civil. Em casa, era pau para toda
obra, o que lhe garantiu o apelido de Agostinho Bril, em referência ao Bom Bril, cujo slogan é "1.001 utilidades".
Foi cozinheiro, jardineiro,
eletricista, mecânico, costureiro e outras atividades mais.
Até roupa manchada levavam
para ele dar um jeito.
Quando foi dono de um restaurante, um técnico lhe disse
que não havia mais salvação
para uma máquina de gelo. Ele comprou um livro, estudou e conseguiu arrumá-la.
No ano passado, mesmo
com dificuldades de locomoção, foi visitar Portugal.
Devido a complicações de
saúde, havia sido internado.
Morreu na sexta, aos 83, de
infecção hospitalar. Deixa
viúva, três filhos e seis netos.
A missa de sétimo dia será no
sábado, às 12h, na igreja de
São Pedro e São Paulo, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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