São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2010

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AGOSTINHO PESSOA DE SEABRA SOARES (1926-2010)

Em casa, foi o Agostinho Bril, o 1.001 utilidades

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Navegar era preciso para o português Agostinho Pessoa de Seabra Soares. Aos 18 anos, ele desembarcou no Brasil atrás de um objetivo: casar-se com uma loira de olhos azuis, como conta o filho Ricardo.
Encontrou Vera. Mas como ela era 13 anos mais nova que ele, a família da moça, no começo, ficou contra a união.
Acharam que Agostinho era casado, ligaram para Portugal, investigaram sua vida.
A situação só aliviou para ele quando o cônsul de Portugal interveio, garantindo que o rapaz era de fato boa gente.
Para as mulheres da família acabou sendo mesmo. Com o tempo, elas passaram a considerá-lo o tipo ideal de marido.
Engenheiro eletrônico, ele teve empresas, trabalhou na Philips e com construção civil. Em casa, era pau para toda obra, o que lhe garantiu o apelido de Agostinho Bril, em referência ao Bom Bril, cujo slogan é "1.001 utilidades".
Foi cozinheiro, jardineiro, eletricista, mecânico, costureiro e outras atividades mais. Até roupa manchada levavam para ele dar um jeito.
Quando foi dono de um restaurante, um técnico lhe disse que não havia mais salvação para uma máquina de gelo. Ele comprou um livro, estudou e conseguiu arrumá-la.
No ano passado, mesmo com dificuldades de locomoção, foi visitar Portugal. Devido a complicações de saúde, havia sido internado.
Morreu na sexta, aos 83, de infecção hospitalar. Deixa viúva, três filhos e seis netos.
A missa de sétimo dia será no sábado, às 12h, na igreja de São Pedro e São Paulo, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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