São Paulo, sábado, 29 de maio de 2004

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OUTRO LADO

"Se fosse dona de drogas seria rica", afirma acusada

DA SUCURSAL DO RIO

Acusada pela polícia do Rio de Janeiro de fornecer as drogas para os menores venderem nas ruas da Lapa, Rosemar da Conceição negou que participasse da suposta quadrilha.
"Na minha casa não tem gás, não tem comida para meus filhos. Se eu fosse dona de drogas ou mandasse drogas, ficaria rica e teria dinheiro para me manter e manter meus filhos. Eu sou pobre, tenho seis filhos", declarou.
Conceição afirmou que andava pela Lapa porque um de seus filhos estava internado no hospital Menino Jesus, que fica próximo ao bairro.
Ela afirmou que, no ano passado, chegou a ser detida na região e os policiais a acusaram de ser a responsável pelas bocas-de-fumo da Lapa apesar de não terem encontrado drogas com ela.
"Os policiais me disseram para eu sumir da Lapa, que não queriam me ver lá, senão me botariam em cana", disse.
Conceição foi presa quando dormia com três filhos em uma casa no morro dos Prazeres, em Santa Teresa. As crianças foram encaminhadas ao Conselho Tutelar.

Vida sofrida
Sobre o fato de estar morando no morro dos Prazeres, Conceição disse que foi convidada por uma amiga e que não tinha envolvimento com os traficantes.
Afirmou ainda que sempre levou uma vida sofrida. "Eu fui menina de rua. Fugi de casa aos seis anos de idade e fui morar na rua", disse ela, que admitiu já ter praticado roubos.
Conceição foi levada para a carceragem da Polinter, na zona portuária do Rio. Dali, será encaminhada para a casa de custódia feminina de Bangu (zona oeste). Responderá pelo crime de tráfico de drogas.


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