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NA INDONÉSIA
Sentença sairá no dia 8
Perdão a brasileiro é difícil, diz diplomata
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA SUCURSAL DO RIO
Se condenado à morte e executado, o instrutor de vôo livre carioca Marco Archer Cardoso Moreira, 42, preso desde agosto do
ano passado na Indonésia por tráfico de drogas, será o primeiro estrangeiro morto pelo Estado no
país, informou à Folha a Embaixada do Brasil em Jacarta.
Em sua audiência de defesa, na
quarta-feira, Moreira disse ao juiz
estar arrependido, embora consciente de seu crime, pediu desculpas à Justiça indonésia, e solicitou
que não fosse condenado à morte,
sob o argumento de que é réu primário nos dois países.
Ao juiz, Moreira afirmou que
passava por dificuldades financeira após um acidente em 1997, em
Bali, interromper sua carreira em
competições. Após cair de um parapente, ele fraturou o fêmur direito, a bacia, o tornozelo esquerdo e rompeu o intestino.
Promotores pediram a pena de
morte para Moreira, que levava
13,4 kg de cocaína, e o pagamento
de uma multa de US$ 33,3 mil.
Segundo o ministro-conselheiro da embaixada brasileira na Indonésia, José Soares, 57, que
acompanha o caso, as estatísticas
no país asiático indicam que há
pouca possibilidade de o carioca
não receber a pena de morte.
Desde 2000, quando foi instituída a nova lei antidrogas na Indonésia, diz Soares, em 24 processos
de tráfico de drogas 21 pessoas foram condenadas à morte e outras
três pegaram prisão perpétua.
O indulto presidencial, única
forma de evitar a execução, é quase impossível, diz Soares. Candidata à reeleição, a presidente Megawati Sukarnoputri, 57, defende
a pena de morte e o endurecimento contra o tráfico de drogas.
Na prisão, Moreira, que está em
cela especial e sozinho, fala freqüentemente por telefone com a
família e amigos no Brasil. Em dez
anos, viajou 30 vezes para a Indonésia e morava em Bali por temporadas. É solteiro e não tem filhos. Sua sentença sai em 8 de junho. Por orientação da defesa,
não quer falar com a imprensa.
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