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Madrasta diz que sofreu pressão para culpar marido
Casal Nardoni prestou primeiro depoimento à Justiça sobre a morte de Isabella
Anna Jatobá afirmou que delegada a pressionou; Alexandre Nardoni relatou ter sido chamado de "psicopata" e de "assassino"
KLEBER TOMAZ
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Em seus primeiros depoimentos à Justiça no processo
no qual são réus pela morte de
Isabella Nardoni, 5, Anna Carolina Jatobá, 24, e Alexandre
Nardoni, 29, madrasta e pai da
menina, adotaram a tática de
acusar os policiais que investigaram o caso de pressioná-los a
assumir o crime.
Anna Jatobá acusou a delegada responsável pela investigação, Renata Pontes, do 9º DP
(Carandiru), de pressioná-la
para apontar o marido, Alexandre Nardoni, 29, como responsável pelo crime.
Nardoni acusou o delegado
Calixto Calil Filho, chefe de Renata, de chamá-lo de "psicopata frio". E disse que a delegada o
chamou de "assassino".
Anna Jatobá afirmou ao juiz
que a delegada lhe disse que, caso ela viesse a ser presa, ficaria
recolhida em cela comum, pois
não concluiu o curso de direito,
"enquanto Nardoni ficaria em
cela especial [por ter terminado a faculdade], e que ela o protegia por amor".
Anna Jatobá e Nardoni foram interrogados ontem pelo
juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri, no fórum de Santana (zona norte de SP). Algemado e com roupas do sistema
prisional -calça e camisa cáqui-, o casal negou o crime.
A delegada, por meio da Secretaria da Segurança Pública,
afirmou que está tranqüila em
relação à investigação e que "jamais induziu, sugeriu, aconselhou ou mandou" que ela desse
qualquer resposta ou informação contra sua própria vontade.
O delegado Calixto foi procurado por telefone no início da noite, mas não ligou de volta.
O promotor Francisco Cembranelli, responsável pela denúncia do casal à Justiça, disse
estranhar o fato de os advogados não terem apontado antes a
suposta pressão da polícia sobre seus clientes.
Os interrogatórios começaram às 13h52 e duraram até as
20h. Anna Jatobá foi a primeira
a ser ouvida. Nardoni começou
a ser interrogado às 17h55. Um
réu não pôde ouvir o depoimento do outro. Os três advogados do casal não quiseram falar com a imprensa.
Os dois depoimentos foram
fechados, apesar de não haver
segredo de Justiça no processo.
As informações sobre o que os
réus disseram ao juiz foram retransmitidas por assessores do
Tribunal de Justiça.
Anna Jatobá também admitiu sentir ciúmes da mãe de Isabella, a bancária Ana Carolina
Oliveira, 24, mas não por conta
da menina e sim porque ela tem
o mesmo nome que o seu e é parecida fisicamente com ela.
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