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Evasão sobe 40% nas universidades pagas
Levantamento aponta que 134 mil alunos desistiram de seus cursos em 2007 na Grande SP, período anterior à crise mundial
Sindicato das instituições do Estado relaciona o aumento da taxa de evasão à ampliação de matrículas de estudantes das classes C e D
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após período de queda, o número de estudantes que abandona o ensino superior privado
subiu 40% na região metropolitana paulista. Segundo levantamento do setor, 134 mil alunos
desistiram de seus cursos em
2007 (último dado disponível).
O número representa 20,2%
do total de matriculados. No
ano anterior, a taxa foi 14,4%,
menor que a de 2005 (16,6%).
O Brasil está entre os países da América Latina que possuem os menores índices de
atendimento no ensino superior (30% da população jovem
matriculada, ante 52% no Chile, segundo a Unesco).
Responsável pelo levantamento sobre a evasão paulista,
o Semesp (sindicato das universidades particulares do Estado) afirma que o aumento da
taxa reflete a ampliação das
matrículas dos alunos das classes C e D -que têm mais dificuldades com a mensalidade.
"Em geral, é um aluno que
trabalha, sustenta ou ajuda a família. Também tem pouca base
para acompanhar o curso, pois
geralmente veio da escola pública. É mais fácil ele evadir",
diz o diretor-executivo do sindicato, Rodrigo Capelato. Os
dados abrangem período anterior à crise econômica mundial.
Para Capelato, as instituições
só começaram a entender como lidar com um público de
baixa renda recentemente, por
meio de mensalidades baixas.
Pesquisador do Instituto Lobo, Oscar Hipólito afirma que
não há uma única explicação
para o aumento da evasão. "Os
estudos apontam que, em geral,
o aluno que desiste não gosta
do curso, da instituição ou teve
problemas financeiros."
O levantamento do Semesp,
feito com dados do MEC, mostrou ainda que subiu 9,6% o número de matriculados na rede
privada na Grande de São Paulo
e que houve diminuição na concentração de alunos nos cursos
de administração e direito.
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