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PF prende suspeitos de clonar cartões
76 pessoas foram presas na Operação Trilha, a maior de 2009, que também descobriu fraudes financeiras pela internet
Federação Nacional de Bancos estima que entre
R$ 700 milhões e R$ 1 bilhão sejam desviados por fraude na internet anualmente
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na maior operação realizada
neste ano, a Polícia Federal
desbaratou ontem em 12 Estados mais o Distrito Federal, 15
grupos criminosos que atuavam -eventualmente de forma
interligada- na clonagem de
cartões de crédito e cheques,
além de cometerem fraudes financeiras via internet.
A 12ª Vara da Justiça Federal
do Distrito Federal autorizou o
cumprimento de 136 mandados de busca e apreensão e 139
mandados de prisão.
Até a conclusão desta edição,
76 pessoas -a maioria jovens
de classe média entre 20 e 30
anos de idade- tinham sido
presas. Inclusive um brasileiro,
residente no Estado da Virgínia, nos Estados Unidos, detido
com a colaboração do FBI
(equivalente norte-americana
da Polícia Federal).
Foram apreendidos computadores, equipamentos de informática e veículos de alto padrão. De acordo com a PF, mais
de 650 homens participaram
da operação, que foi intitulada
de Trilha.
A Polícia Federal ainda não
sabe estimar o valor total da
fraude cometida. A Febraban
(Federação Nacional de Bancos), contudo, estima que, por
ano, entre R$ 700 milhões e
R$ 1 bilhão sejam desviados por
fraude na internet.
Segundo Disney Rosseti,
chefe da PF no Distrito Federal, um dos grupos investigados, que era monitorado, chegou a desviar R$ 1 milhão em
um único mês. Praticamente
todos os bancos foram lesados.
"Essa é uma nova modalidade de assalto a banco, mas sem
os riscos tradicionais. Um dos
presos chegou a dizer: "trabalhar para quê, se consigo o dinheiro mais fácil do mundo'",
afirmou Rosseti.
As investigações da PF começaram há cerca de um ano, monitorando pessoas que estavam
envolvidas com o tráfico de
drogas e que acabaram migrando para o crime cibernético.
Ainda de acordo com a instituição, os criminosos fraudavam
para "esbanjar dinheiro". Mais
da metade deles é reincidente
em algum tipo de crime.
Os cartões de crédito eram
clonados por meio de máquinas que eram instaladas em caixas bancários. Já os cheques
eram copiados em gráficas
-um dos locais onde a PF cumpriu mandado de busca e
apreensão em São Paulo. As senhas de correntistas eram obtidas na internet por meio de vírus espalhados por e-mail.
Dos presos, seis foram considerados "indispensáveis" para
o esquema, já que agiam como
programadores dos sistemas de
fraude. "Eles estão acima dos
hackers", contou Rosseti.
A polícia também identificou
1.500 pessoas que atuavam como "laranjas", emprestando
seus dados bancários, mediante compensação financeira, para receber o dinheiro desviado.
Eles também serão indiciados,
e vão responder, junto aos demais, pelos crimes de formação
de quadrilha, furto qualificado
mediante fraude, tentativa de
furto e estelionato.
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