São Paulo, sábado, 29 de junho de 2002

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SEGURANÇA

Estado terá centro operacional para "capacitar a todos para o trabalho em conjunto", segundo o coordenador do grupo

PF treinará policiais da força-tarefa no Rio

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os policiais civis e militares que integrarem a força-tarefa do governo para o combate à violência no Rio de Janeiro passarão por um "treinamento mínimo" em um centro operacional que será criado no Estado.
O estágio terá como objetivo "capacitar a todos para o trabalho em conjunto", segundo o coordenador nacional do programa, o delegado da Polícia Federal Getúlio Bezerra dos Santos.
Segundo o delegado, os resultados da iniciativa só poderão ser vistos "a médio e longo prazo". "É preciso não banalizar a força-tarefa e acabar com essa idéia de que estamos preparando uma nova invasão da Normandia."
Ontem, no final do dia, Santos participou de uma reunião com o presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior, para discutir a atuação da força-tarefa no Rio.
A estrutura da força-tarefa está ainda no rascunho. Em até 90 dias, segundo o delegado, haverá um núcleo de coordenação, responsável pelo gerenciamento das informações, e núcleos operacionais em funcionamento no Rio. A eles caberá o levantamento de dados, avaliação de possíveis alvos e planejamento das ações.
Santos não descarta a infiltração de policiais disfarçados em quadrilhas ou locais onde o crime organizado tenha bases conhecidas.
Até sexta-feira, o coordenador termina a etapa "teórica" do programa. O manual de procedimentos e um regimento interno da força-tarefa estão em fase final de elaboração por uma equipe da Polícia Federal.
Após a conclusão dos documentos, o diretor-geral da corporação, Itanor Neves Carneiro, terá de aprovar os textos e assinar as minutas de convênio com os órgão envolvidos na iniciativa.
Santos afirmou ontem que um dos principais problemas iniciais é a "carência" de recursos humanos. Questionado se isso significava a contratação de novos agentes, disse apenas que essa não é sua área.
De acordo com o coordenador da força-tarefa, a Polícia Federal intensificará investigações sobre pontos de produção de maconha no nordeste. Santos prevê, também, o estabelecimento de parcerias com países vizinhos para tentar impedir a entrada de drogas e armas no Brasil.
A Receita Federal deverá investigar a movimentação financeira de suspeitos de participação no narcotráfico para identificar as formas de lavagem de dinheiro utilizada pelos criminosos.


Colaborou SANDRO LIMA, da Sucursal de Brasília


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