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Armas ligam traficante a atentado
DA SUCURSAL DO RIO
Pelo menos dois fuzis, possivelmente um AK-47 e um FAL, foram usados no atentado contra a sede da Prefeitura do Rio na segunda-feira. Entre os suspeitos,
estão traficantes da facção criminosa TC (Terceiro Comando) ligados a Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê (preso em Bangu 1), que
podem ter agido para "desviar a
atenção da polícia" de suas atividades em morros como Coroa,
Fogueteiro e São Carlos, na região
central e próximos à prefeitura.
Essa é, segundo o titular da Draco (Delegacia de Combate ao Crime Organizado), Ricardo Hallack, a linha que mais se fortalece
na investigação sobre o caso.
O vínculo entre o atentado e o
grupo de Uê é a munição. Das 132
cápsulas deflagradas, 6 eram do
tipo Wolf, calibre 7,62 com 39 milímetros de comprimento, fabricadas nos EUA, raras no Rio e
compatíveis com cerca de cinco
fuzis, dos quais o AK-47 é o mais
comum na cidade.
Havia também munição 7,62
com 51 milímetros de comprimento, compatível com cerca de
15 fuzis, entre os quais o mais comum no Rio é o FAL.
Munição Wolf 7,62 foi apreendida no ataque atribuído ao bando de Uê contra a 27ª DP, em Vicente de Carvalho (zona norte),
em março deste ano. Uê é da facção ADA (Amigo dos Amigos),
que se aliou ao TC contra o CV
(Comando Vermelho).
Líderes soltos do TC, como Paulo César dos Santos, o Linho, e
Irapuan Davi Lopes, o Gan Gan,
podem ter agido na prefeitura,
suspeita a polícia.
O Instituto de Criminalística
Carlos Éboli irá, em 15 dias, divulgar o resultado do exame de balística para confirmar se a munição
Wolf encontrada na prefeitura e
na 27ª DP saiu da mesma arma.
Um dado chamou a atenção: a
munição era muito antiga. Duas
cápsulas foram fabricadas em
1965, e as demais, nos anos 80 e no
início dos anos 90. Os traficantes
costumam usar munição nova.
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