São Paulo, domingo, 29 de junho de 2008

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Fiscalização e multas garantirão medida, afirma prefeitura

Governo municipal aposta em sinalização e parceria com Polícia Militar para vingar restrição a caminhões na cidade

Secretaria dos Transportes estima melhora de 14% a 17% nos índices de lentidão em julho, com a retirada de 85 mil caminhões das ruas

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo aposta que a sinalização das novas restrições, a parceria com a Polícia Militar na fiscalização e o valor das multas -que em um só dia pode chegar a R$ 1.362,08 para os caminhões pequenos- garantirão o sucesso da medida. "Veio para ficar", diz o secretário dos Transportes, Alexandre de Moraes.
As restrições, segundo a própria prefeitura, têm como prioridade a fluidez do trânsito dos automóveis. Cálculos da secretaria estimam uma melhora do tráfego entre 14% e 17% já em julho, quando 85 mil dos 210 mil caminhões que circulam diariamente não poderão acessar o centro durante o dia. Nos três meses seguintes, esse número deve chegar a 100 mil, até a restrição total, em novembro.
A fiscalização será dividida em 16 células, nas quais a PM e a CET agirão em conjunto para evitar a criação de rotas de fuga.
A CET, porém, não aumentará a quantidade de agentes nas ruas para fiscalizar as medidas -além dos cerca de 300 marronzinhos que já atuam na área restrita, 200 agentes da zona azul multarão caminhões.
A secretaria avalia também que não há necessidade de aumentar a fiscalização à noite e de madrugada, mesmo com a tendência de aumento do trânsito nesses horários.
Embora a orientação da secretaria seja de fiscalização ostensiva, a PM diz que, em um primeiro momento, irá priorizar a orientação. "Nossa missão principal é parar os caminhoneiros, conversar, distribuir panfletos. Mas o policial poderá multar", afirma o coronel Ailton Brandão, comandante do policiamento da capital.
A PM não montou esquema especial de segurança para evitar o roubo de cargas durante a noite e a madrugada. "A primeira semana vai ser o grande laboratório. A gente está preocupado", disse Brandão. Ele espera ter um mapeamento dos principais locais de carga e descarga em 15 dias. O coronel diz que eletrodomésticos, cigarros, gás e bebidas são as cargas mais visadas por bandidos na cidade.
Em relação ao barulho noturno dos caminhões, Clayton Claro da Costa, supervisor de Uso e Ocupação do Solo da Secretaria das Subprefeituras, afirma que só pode ser aplicada multa por ruído excessivo na hora da entrega se ele for provocado dentro do estabelecimento (as reclamações podem ser feitas pelo telefone 156).
"Só dá para avaliar os eventuais efeitos colaterais depois que a medida estiver em prática", avalia ele, ressalvando que, hoje, não há registros de reclamações no Psiu (programa de silêncio da prefeitura) por barulho de caminhões à noite. As queixas predominantes são em razão de bares e igrejas.
Segundo Costa, as reclamações da população devido ao eventual ruído excessivo dos veículos de carga que estiverem na rua fazendo a entrega devem ser dirigidas à polícia -por perturbação da ordem pública.
(RICARDO SANGIOVANNI e ALENCAR IZIDORO)

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