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Primeira morte por gripe suína é confirmada no país
Caminhoneiro gaúcho de 29 anos morre após passar sete dias na Argentina
Segundo o hospital, caso evoluiu para pneumonia viral, uma complicação rara; ministro diz que estratégia contra a doença não muda
EDUARDO CUCOLO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O Ministério da Saúde confirmou ontem a morte da primeira vítima da gripe A (H1N1)
-a gripe suína. Segundo o Hospital São Vicente de Paulo, de
Passo Fundo (RS), se trata do
caminhoneiro Vanderlei Vial,
29, que esteve na Argentina a
trabalho durante sete dias.
O caminhoneiro começou a
apresentar os sintomas de febre, tosse e dor muscular no último dia 15, ainda no país vizinho. Voltou ao Brasil no dia 19 e
foi internado na Fundação
Hospitalar Santa Terezinha, de
Erechim (RS). No dia seguinte,
teve o diagnóstico da doença.
No dia 23, após ser removido
para Passo Fundo, ele teve uma
piora, apresentando insuficiência respiratória. Segundo o vice-diretor médico do hospital,
Julio César Stobbe, a gripe provavelmente evoluiu para uma
pneumonia viral, uma complicação incomum, mas que pode
ocorrer em doenças virais.
"Mesmo devidamente assistido, com os cuidados intensivos que o caso requeria, infelizmente, ele veio a falecer", disse
o ministro José Gomes Temporão. "Lamentamos a morte e
reafirmamos que estamos lançando mão de todos os esforços
para evitar outros óbitos."
Ontem, foram confirmados
36 novos casos, elevando para
627 o total de infectados pela
doença no país. Segundo o ministro, a maior parte dos casos é
leve e os pacientes já tiveram
alta ou estão em recuperação.
O ministro voltou a dizer que
a transmissão do vírus no país é
limitada. Segundo ele, 75% dos
casos foram "importados", ou
seja, as pessoas foram infectadas fora do país. Os outros casos são de pessoas que tiveram
contato direto com os doentes.
Para o ministro, a morte registrada no Brasil não muda a
estratégia no combate à doença. "Vamos continuar seguindo
a mesma linha traçada desde o
início do plano de contingência, uma estratégia de contenção, tentando impedir que o vírus se dissemine no país."
A primeira morte por gripe
suína do Brasil foi registrada
em um dos Estados com maior
número de infectados -o Rio
Grande do Sul é o quinto em casos, com 40 até ontem, atrás
apenas de São Paulo (308), Minas Gerais (69), Rio de Janeiro
(66) e Santa Catarina (45).
No Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual de Saúde investiga ainda se a morte de um
engenheiro americano de 59
anos em Montenegro tem relação com a gripe suína. O homem chegou a trabalho no dia
21 e morreu na última sexta-feira. Apesar da suspeita, exames preliminares mostram que
não há evidências de que a causa da morte tenha sido o vírus.
A situação no RS se tornou
preocupante com o avanço da
doença na Argentina, que já
tem 1.587 casos e 26 mortes,
uma taxa de letalidade de 1,64%
-no mundo, é de 0,46% (320
mortes em 71.320 casos), a
mesma da gripe comum.
Colaborou a Agência Folha
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