São Paulo, segunda-feira, 29 de junho de 2009

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Passageiros de micro-ônibus reclamam de superlotação

JULIAN KIRSTEN ARNI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A palavra "ônibus" vem do latim "omnibus" -"para todos". Os motoristas dos micro-ônibus de lotação se esforçam para fazer justiça à etimologia.
Como recebem parte do valor de cada passagem, alguns motoristas de lotações fazem de tudo para aumentar a clientela. Costumam correr mais e estão, em geral, à frente dos ônibus que fazem rotas similares. Frequentemente, param fora dos pontos para receber passageiros. E, de acordo com reclamações publicadas no Blog do Ônibus, por vezes não seguem o devido itinerário.
O resultado é a superlotação. Carolina Pereira, 29, que trabalha em uma ONG e usa transporte público para ir ao emprego, diz que prefere pegar ônibus, por causa do aperto das lotações. Ela diz que nas lotações, "quando está muito cheio, lá pelas 18h", tem dificuldade em passar pela catraca e sair por trás. Conta que, às vezes, não consegue descer quando chega à sua parada. Em certos pontos, motoristas têm que esperar por minutos até que todos os passageiros consigam embarcar ou desembarcar -e o itinerário acaba se tornando, assim, muito mais demorado.
Alguns modelos de lotação têm só uma porta; os passageiros precisam passar pela mesma catraca para entrar e sair. Nesses casos, Carolina diz fazer questão de esperar pelo ônibus.
O problema da superlotação é ainda maior com veículos que passam pela periferia. Muitos chegam apinhados à região metropolitana pela manhã e, à tarde, voltam em igual estado.
Eliana Alves Reis, 30, que trabalha como empregada doméstica na zona norte de São Paulo, diz que, devido ao desconforto resultante da superlotação, o trajeto de menos de uma hora que faz diariamente entre sua residência, no Jardim Fontalis, e o terminal Santana acaba sendo mais cansativo que o próprio trabalho.
Ainda assim há quem prefira as lotações. Uma das vantagens é o trajeto que esses veículos fazem. Alguns passam por avenidas importantes e ruas residenciais, deixando passageiros, muitas vezes, na porta de casa.


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