São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2008

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Polícia investiga morte de bebê em creche na zona norte

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil aguarda a conclusão de exames periciais para determinar se funcionários da creche Pedacinho da Lua, na zona norte, tiveram culpa na morte de Gabriel Santos Ribeira, de sete meses. O menino morreu de parada cardiorrespiratória na última sexta-feira.
Segundo o pai, o operador de máquina Júlio César Ribeira, 26, Gabriel sofria de um problema de regurgitação de alimentos, que poderia causar sufocação acidental. Por isso, necessitava de atenção especial toda vez que comia.
A creche afirmou por meio de nota que todos os procedimentos recomendados em relação a "alimentação, arroto, descanso em posição vertical e colocação para dormir foram adotados". À TV Globo a diretora da creche Suzana Aparecida Leão disse que a família não havia comunicado os problemas de regurgitação. Ribeira afirmou que a comunicação foi verbal.
Segundo a polícia, Gabriel foi levado à creche Pedacinho da Lua, na Vila Medeiros, às 11h de sexta-feira, onde ele foi alimentado e colocado para dormir.
O pai do menino foi buscá-lo às 14h. Ao chegar, esperou na rua por seis minutos, quando uma funcionária lhe pediu que entrasse, pois seu filho não respirava.
Ribeira levou Gabriel ao hospital Nipo-brasileiro. Eles disse à polícia que o menino estava roxo e com a pele rígida.
"Foi uma negligência deles [funcionários] não terem chamado o resgate. Se eu não tivesse chegado às 14h o meu filho estaria morto ainda no berçário", disse Ribeira. A creche disse ter chamado o resgate ao mesmo tempo em que Ribeira entrou para ver o filho.
Segundo o médico Jorge Nakauchi, superintendente clínico do hospital, foi encontrado alimento na garganta da criança -o que poderia ser a causa da parada cardiorrespiratória. Mas, de acordo com ele, não é possível dizer se a comida foi parar lá antes da parada ou em decorrência do socorro.
Para a polícia, os sinais de pele arroxeada e rígida podem ser indícios de que tenha havido um lapso de tempo entre o momento em que o menino parou de respirar e a comunicação da emergência aos pais. Também é investigada intoxicação.
O exame da perícia determinará a causa e o momento da morte. Ontem houve manifestação na frente da escola. Os pais de Gabriel serão ouvidos hoje pela polícia.


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