São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

WAGNER RAMOS PALMIERI (1954-2008)

Os 12 anos de um sonho policial

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Metido em bangue-bangues de mentirinha, Wagner Ramos Palmieri sentia gosto pelas perseguições aos piores tipos de malfeitores que sua infância permitia conceber. Seu sonho de criança era ser policial. Foi bancário.
Insatisfeito, largou tudo e tentou a vida de representante comercial. Aborreceu-se. Por fim, arriscou-se, sem muito sucesso, como dono de uma pequena fábrica de calçados em São Paulo.
Aos 42 anos, finalmente alcançou o que perseguia: tornou-se investigador da polícia, em setembro de 1996.
Na profissão dos sonhos, passou por maus bocados. Contava à família a vez em que, rendido por assaltantes armados, foi trancado na companhia de um colega no porta-malas de um carro.
Fizeram deles tiro ao alvo, e o automóvel foi crivado de balas. A surpresa veio quando acharam o veículo e abriram o compartimento onde ficaram presos: ele e o amigo estavam ilesos.
A mulher com quem se casou, Wagner conheceu cedo. Ele aos 17, ela aos 16. O avô dela dizia que, se a semana tinha sete dias, eles namoravam oito. Viviam grudados. Nos últimos anos, porém, já não moravam juntos, mas não pensavam em divórcio.
Em 2006, lembra a mulher, Wagner foi homenageado pela polícia por seu desempenho. Em 4 de julho, os 12 anos em que manteve vivo o sonho de policial terminaram. Levou quatro tiros ao tentar evitar um roubo. Morreu aos 54, sem deixar filhos.

obituario@folhasp.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: CET amplia restrições para estacionar nos Jardins
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.