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Gripe adia início das aulas e fecha creches
Medida foi adotada na rede pública e é recomendada para as escolas particulares; USP, Unesp e Unicamp também prorrogarão as férias
Aulas só voltarão em 17 de agosto, quando a Secretaria da Saúde espera que a gripe suína perca força por causa da melhoria do tempo
Eduardo Knapp/Folha Imagem
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Alunos em frente a escola da rede estadual em Cangaíba, zona leste |
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DE GENEBRA
Na tentativa de conter a gripe
suína, o governo de São Paulo
decidiu ontem adiar a volta às
aulas em duas semanas nas escolas públicas e recomendar o
mesmo para as particulares.
Após o anúncio, USP, Unesp,
Unicamp e o Centro Paulo Souza também adotaram a medida.
Já a prefeitura paulistana, além
de prorrogar as férias escolares,
resolveu fechar as creches
-que não fazem recesso em julho- a partir de segunda-feira.
A decisão é consequência de
uma orientação da Secretaria
Estadual de Saúde -que diz
que as aulas devem ser retomadas apenas em 17 de agosto,
quando se espera que as temperaturas estejam mais amenas.
"Temos a esperança de que,
com a chegada do calor, a partir
de 15 de agosto, diminua o número de casos. Uma epidemia
de gripe costuma ter prazo de
oito semanas. Como os casos
estão aumentando há quatro
semanas, acreditamos que possa haver uma diminuição no
próximo mês", diz o secretário
Luiz Roberto Barradas Barata.
A medida afetará 5,3 milhões
de crianças da rede estadual e
os cerca de 1 milhão de alunos
da municipal -sendo 130 mil
só nas creches. No Estado, ficará a cargo de cada escola definir
a reposição. O município ainda
não decidiu o que fazer.
"É uma situação dramática.
Estamos entre duas possibilidades. Uma é as mães terem de
achar alternativa para estes 15
dias; a outra é manter as aulas e
haver problemas sérios com as
crianças. Entre as duas, a mais
grave é o risco de as crianças ficarem doentes", afirmou o secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider.
Escolas particulares
O sindicato das escolas privadas de SP também recomendou
que os colégios só voltem no dia
17. Ontem, ao menos seis já seguiram a orientação -Bandeirantes, Arquidiocesano, Dante
Alighieri, Magno, Escola do Futuro e Rio Branco, que havia retomado as aulas anteontem.
Mas a maioria das 35 escolas
consultadas pela Folha ainda
não sabia o que fazer.
A prorrogação das férias já
havia sido adotada nesta semana pelas prefeituras de Indaiatuba, Osasco, Diadema, Campinas e Araraquara (SP). O mesmo ocorreu no Distrito Federal
e nas escolas do Sesi-SP (Serviço Social da Indústria). Santo
André fechará as escolas hoje.
Ontem, governo do Rio e
prefeitura anunciaram que o
calendário, com reinício de aulas na segunda, será mantido.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) reiterou ontem
que a maioria dos infectados no
mundo, até agora, está na idade
escolar (12 a 17 anos). Por outro
lado, pessoas de idade mais
avançada formam a maior parte das hospitalizações.
Já que muitos dos contágios
ocorridos nos estágios iniciais
da pandemia ocorreram em
ambientes estudantis, a OMS
admite que a suspensão de aulas e o fechamento de escolas
podem ser uma medida eficiente, mas de efeito limitado.
"Fechar escolas pode reduzir a
propagação, mas não evitá-la",
disse a porta-voz da organização, Aphaluck Bhatiasevi.
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