São Paulo, quarta-feira, 29 de julho de 2009

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Gripe adia início das aulas e fecha creches

Medida foi adotada na rede pública e é recomendada para as escolas particulares; USP, Unesp e Unicamp também prorrogarão as férias

Aulas só voltarão em 17 de agosto, quando a Secretaria da Saúde espera que a gripe suína perca força por causa da melhoria do tempo


Eduardo Knapp/Folha Imagem
Alunos em frente a escola da rede estadual em Cangaíba, zona leste


DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DE GENEBRA

Na tentativa de conter a gripe suína, o governo de São Paulo decidiu ontem adiar a volta às aulas em duas semanas nas escolas públicas e recomendar o mesmo para as particulares.
Após o anúncio, USP, Unesp, Unicamp e o Centro Paulo Souza também adotaram a medida. Já a prefeitura paulistana, além de prorrogar as férias escolares, resolveu fechar as creches -que não fazem recesso em julho- a partir de segunda-feira.
A decisão é consequência de uma orientação da Secretaria Estadual de Saúde -que diz que as aulas devem ser retomadas apenas em 17 de agosto, quando se espera que as temperaturas estejam mais amenas.
"Temos a esperança de que, com a chegada do calor, a partir de 15 de agosto, diminua o número de casos. Uma epidemia de gripe costuma ter prazo de oito semanas. Como os casos estão aumentando há quatro semanas, acreditamos que possa haver uma diminuição no próximo mês", diz o secretário Luiz Roberto Barradas Barata.
A medida afetará 5,3 milhões de crianças da rede estadual e os cerca de 1 milhão de alunos da municipal -sendo 130 mil só nas creches. No Estado, ficará a cargo de cada escola definir a reposição. O município ainda não decidiu o que fazer.
"É uma situação dramática. Estamos entre duas possibilidades. Uma é as mães terem de achar alternativa para estes 15 dias; a outra é manter as aulas e haver problemas sérios com as crianças. Entre as duas, a mais grave é o risco de as crianças ficarem doentes", afirmou o secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider.

Escolas particulares
O sindicato das escolas privadas de SP também recomendou que os colégios só voltem no dia 17. Ontem, ao menos seis já seguiram a orientação -Bandeirantes, Arquidiocesano, Dante Alighieri, Magno, Escola do Futuro e Rio Branco, que havia retomado as aulas anteontem.
Mas a maioria das 35 escolas consultadas pela Folha ainda não sabia o que fazer.
A prorrogação das férias já havia sido adotada nesta semana pelas prefeituras de Indaiatuba, Osasco, Diadema, Campinas e Araraquara (SP). O mesmo ocorreu no Distrito Federal e nas escolas do Sesi-SP (Serviço Social da Indústria). Santo André fechará as escolas hoje.
Ontem, governo do Rio e prefeitura anunciaram que o calendário, com reinício de aulas na segunda, será mantido.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) reiterou ontem que a maioria dos infectados no mundo, até agora, está na idade escolar (12 a 17 anos). Por outro lado, pessoas de idade mais avançada formam a maior parte das hospitalizações.
Já que muitos dos contágios ocorridos nos estágios iniciais da pandemia ocorreram em ambientes estudantis, a OMS admite que a suspensão de aulas e o fechamento de escolas podem ser uma medida eficiente, mas de efeito limitado. "Fechar escolas pode reduzir a propagação, mas não evitá-la", disse a porta-voz da organização, Aphaluck Bhatiasevi.


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