|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ladrões roubam ladrões e são assassinados
Líderes de facção autorizaram as mortes
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Uma trapaça orquestrada
por uma quadrilha ligada ao
PCC (Primeiro Comando da
Capital) contra outra da mesma facção criminosa deflagrou uma guerra entre ladrões no interior de São Paulo que já deixou, até agora,
ao menos cinco mortos.
Os corpos começaram a
aparecer em junho. Três na
área rural de Itatiba (84 km
de São Paulo) e dois na cidade vizinha, Jarinu.
Todos foram encontrados
do mesmo jeito: amordaçados, com as mãos amarradas
por fitas adesivas na frente
do corpo e baleados.
Escutas telefônicas realizadas pela Polícia Civil indicam que as mortes foram resultado de um "tribunal do crime", instalado na favela
São Camilo, em Jundiaí (58
km de São Paulo).
Nos últimos dias, quatro
acusados pelas mortes foram
presos. Outros dois ainda são
procurados.
ROUBO
A guerra interna começou
quando ao menos dez criminosos da região de Jundiaí
roubaram uma carga de produtos eletroeletrônicos.
A poucos dias de revender
o produto do assalto, os ladrões da facção criminosa
em Jundiaí foram surpreendidos. Outros bandidos, também do PCC, roubaram a carga que ainda estava com eles.
Os ladrões assaltados pediram, então, uma autorização para chefes da facção-
que estão presos- para "investigar" o crime.
Com o aval dos presidiários, os chefes dos ladrões de
Jundiaí passaram a interrogar cada um dos membros da
quadrilha. Descobriram, então, que um deles havia passado informações sobre a
carga roubada.
CRUELDADE
A partir da descoberta, os
chefes da facção obrigaram o
traidor da quadrilha a entregar cada um dos outros criminosos que haviam participado do assalto ao grupo.
Os bandidos usaram requintes de crueldade durante o assassinato do grupo que
praticou o segundo roubo.
Eles foram amarrados e
torturados antes de, finalmente, levarem o tiro fatal.
A polícia teve acesso às
imagens dos crimes. Os espancamentos e os assassinatos dos julgados pelo PCC
costumam ser transmitidos
por celular para chefes da
facção dentro dos presídios.
Por causa desse monitoramento dos celulares, a polícia acredita que o número de
mortos na guerra interna pode chegar a dez.
Texto Anterior: 4 áreas do Estado têm alta de homicídios Próximo Texto: Distribuição de vídeo de sexo é investigada Índice
|