São Paulo, quarta, 29 de julho de 1998

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DENÚNCIA
Aposentado tomou lote 351
Androcur falso pode ter matado mais um

em Belo Horizonte

Mais uma morte em decorrência de câncer na próstata está sendo atribuída ao tratamento com o anticancerígeno Androcur falso (lote 351) em Minas Gerais.
Felina Alves Martins, nora do aposentado Otávio Alves Martins -morto em maio em decorrência de câncer na próstata- afirma que o sogro se tratou por sete meses com o remédio inócuo.
Ela possui ainda uma embalagem do lote 351 e registrou ontem reclamação no Procon-BH (Procuradoria de Defesa do Consumidor de Belo Horizonte). Com isso já são seis, no Estado, as suspeitas de mortes por câncer na próstata aceleradas pelo tratamento com o Androcur falso.
A Agência Folha não conseguiu localizar Felina Martins ontem, mas em seu depoimento ao Procon, ela afirma que Otávio conseguiu os medicamentos falsos na farmácia do hospital público Felício Rocho. O hospital comprou o remédio falso da Ação Distribuidora de Medicamentos.
A Ação foi fechada no último dia 13 -por vender psicotrópicos (tranquilizantes) e entorpecentes sem autorização do Ministério da Saúde- e é acusada de ser a responsável pela venda do Androcur falso a diversos hospitais.
A distribuidora alega ter comprado os remédios falsos de duas outras distribuidoras paulistas. Uma delas, a Minister, faliu cerca de um ano antes da data da nota fiscal de compra apresentada pela Ação. Além do processo administrativo da Vigilância Sanitária do Estado, a Ação está sendo investigada pelas polícias Civil e Federal de Minas Gerais.



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