São Paulo, quarta, 29 de julho de 1998

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TRANSPORTE
Governo vai gastar R$ 263 milhões menos que o previsto na construção do trecho oeste, que deve estar concluído em julho de 2000
Obras do rodoanel vão começar em 30 dias

FABIO SCHIVARTCHE
da Reportagem Local

As obras do primeiro trecho do rodoanel começam em, no máximo, 30 dias. A malha viária terá 161 km de extensão e vai interligar as principais estradas que cortam a cidade de São Paulo.
Ontem, quando foram abertos os envelopes da licitação da primeira parte da obra -o trecho oeste-, já estavam até definidas as primeiras frentes de trabalho.
Haverá obras no km 278 da rodovia Régis Bittencourt (para a construção de um viaduto), nas intersecções do km 21 da Raposo Tavares e do km 21 da Castelo Branco e na marginal Tietê (onde serão feitas quatro pontes).
Segundo Ulisses Carraro, coordenador do rodoanel, a partir da homologação dos três consórcios vencedores da licitação (que deve ser feita em 15 dias), as empresas terão um prazo de, no máximo, dez dias para começar as obras.
O primeiro trecho foi dividido em seis lotes. O consórcio Queiroz Galvão/Constran ganhou a concorrência para os lotes 1, 2, 5 e 6. O lote 3 ficou com o consórcio MBJ/Radial, e o 4, com a empresa Ivai (veja a localização do trecho oeste em quadro nesta página).
O Ministério dos Transportes, o Estado de São Paulo e a prefeitura paulistana, que vão dividir a conta do rodoanel, economizarão cerca de R$ 263 milhões na construção desse primeiro trecho, calcula Carraro.
"Nossa estimativa inicial era gastar cerca de R$ 600 milhões nesse primeiro trecho. Como as propostas vencedoras foram baixas e só vamos gastar R$ 337 milhões (57% do previsto), poderemos acelerar os outros segmentos da obra", diz.
Para os próximos trechos do Rodoanel, o governo espera contar com a ajuda dos financiamentos internacionais. O Eximbank, do Japão, e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) já sinalizaram com empréstimos de até R$ 1,4 bilhão.
O custo total da obra, com conclusão prevista para 2004, é de R$ 3,2 bilhões, sem contabilizar as desapropriações.
O primeiro trecho deve gerar 3.000 empregos diretos e outros 10 mil indiretos, segundo estimativa do governo estadual.
O rodoanel é um projeto elaborado na década de 70, quando o processo de urbanização da Grande São Paulo se cristalizou e a capital passou a se "agregar" aos municípios vizinhos -processo conhecido como conurbação.
Mas o crescimento dessa região metropolitana não foi acompanhado de um planejamento prévio, provocando resultados que hoje afetam a população, como a poluição do ar e dos rios, a favelização das periferias e o caos no sistema viário da capital.
Com a construção do rodoanel, Carraro espera que saiam de circulação das marginais Tietê e Pinheiros 160 mil carros por dia. Esses motoristas teriam como opção as novas vias do rodoanel, cerca de 20 km distantes das marginais. Hoje, rodam diariamente por essas vias cerca de 800 mil veículos.
"Queremos reduzir o tráfego de passagem, isto é, tirar das marginais os veículos que só cruzam a cidade, mas têm origem e destino fora da capital", afirma Carraro.



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