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Lixo atrapalha retirada de óleo em SP
FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos
A grande quantidade de lixo no
mar está atrapalhando a operação
de remoção do óleo que vazou domingo no estuário de Santos (SP)
do navio Smyrni Limassol (bandeira de Chipre) e atingiu todas as
praias da cidade.
O diretor de Operações de Emergência da Cetesb, Hélvio Aventurato, afirmou ontem que os detritos estão se agregando às manchas
de óleo e travando o equipamento
que faz a absorção do material.
Ele disse que, para contornar o
problema, os técnicos estão cercando as manchas no mar com
barreiras e rebocando-as para
uma área próxima do porto, onde
o óleo é recolhido por trabalhadores braçais.
A própria correnteza também
está sendo usada como instrumento para direcionar as camadas
de óleo que bóiam no mar.
O vazamento aconteceu porque
o navio Elisabeth Rickmers (bandeira de Antígua) se chocou contra o Smyrni, que estava atracado,
e abriu um rombo em um dos tanques, por onde o óleo escorreu.
Os técnicos da Cetesb (agência
ambiental paulista) informaram
que o óleo continuará chegando às
praias de Santos e São Vicente
(uma extensão de 10 km) nos próximos dias.
"O maior impacto nas praias já
ocorreu. Mas as manchas que ficaram foram se abrindo, se soltando
e vão encostar na praia nos próximos dias", disse William Nunes,
gerente da Cetesb em Santos.
A orientação da Cetesb aos banhistas é para que não entrem no
mar nos próximos dias porque o
contato com o óleo pode gerar irritação na pele ou alergias.
Na faixa de areia, 150 homens da
Prefeitura de Santos e da Terracom, empresa responsável pela
limpeza urbana, fizeram ontem a
coleta manual.
Até ontem, as manchas de óleo
no mar estavam dispersas pelo estuário e baía de Santos. No Guarujá, foram atingidas as praias do
Góes e da Pouca Farinha. Áreas de
mangue também foram afetadas.
De acordo com os técnicos da
Cetesb, não será possível remover
a totalidade do óleo derramado.
Na baía de Santos, por exemplo,
não existe equipamento capaz de
fazer a contenção do óleo porque a
área tem correnteza forte e qualquer ação se tornaria perigosa.
Ele disse que a única alternativa
nesse caso é esperar a mancha se
fragmentar, diminuir de espessura
e se degradar naturalmente.
O prefeito de Santos, Beto Mansur (PPB), afirmou ontem que ingressará na Justiça com uma ação
por perdas e danos contra os responsáveis pelo vazamento de óleo.
Segundo ele, o prejuízo ambiental não é o único. Para Mansur, o
acidente ecológico arranha a imagem da cidade, que tem no turismo uma de suas principais atividades econômicas.
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