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EDUCAÇÂO
Negociação interna pode acabar com crise na UFRJ
da Reportagem Local
A negociação interna é a saída
para a crise vivida pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Há 22 dias, a reitoria da instituição está sendo ocupada por
funcionários e estudantes que
protestam contra o fato do professor José Vilhena ter sido escolhido
como o novo reitor.
"Vilhena é o reitor legitimamente escolhido. Se tiver de haver
alguma negociação pela renúncia
dele, ela tem que ser interna, sem
influência de forças políticas externas", diz o filósofo político José Arthur Gianotti.
Gianotti entende que os opositores de Vilhena estão recorrendo a
"esquemas partidários" -no caso as lideranças do PFL no Rio-
para tentar forçar a renúncia do
novo reitor.
Os manifestantes querem que o
professor Aloísio Teixeira seja empossado reitor porque ele foi o primeiro colocado em consulta realizada na universidade.
A escolha de um reitor de uma
universidade federal cabe ao presidente da República. Antes da decisão final, os nomes dos indicados são encaminhados, via Ministério da Educação, pelo colegiado
superior da instituição.
Geralmente, os nomes escolhidos resultam de uma consulta feita
a professores, estudantes e funcionários. Nesse processo, o voto dos
professores tem mais peso (70%).
Normalmente, o primeiro colocado costuma ser o indicado.
"Vilhena passou a ser o defensor da autonomia porque ele não
está recorrendo a esquemas partidários para resolver o impasse. A
autonomia universitária significa
a autonomia em relação às forças
externas", diz Gianotti.
José Ivonildo do Rego, presidente da Andifes (Associação dos Dirigentes das Instituições Federais
de Ensino Superior), também vê
na negociação interna a solução
para o impasse.
"A legislação atual prevê que
qualquer nome da lista tríplice pode ser escolhido. A escolha está
acobertada pela lei. A solução passa pela negociação interna", diz o
presidente da Andifes.
No entanto, ele defende a criação de uma nova legislação, que
não dê margem a conflitos como
os que estão ocorrendo no Rio.
Isso passa, diz Rego, pela real
autonomia das universidades. "É
preciso ter uma lei orgânica que
garanta que a escolha do dirigente
seja feita no âmbito interno. Isso é
um ponto dentro do problema
mais amplo, que inclui financiamento, avaliação e carreira."
As lideranças dos manifestantes
negam que eles estejam usando influências externas. "Existe uma
insatisfação muito grande na universidade. A escolha dele pode ter
sido legal, mas ela não é legítima.
Se fosse, ele já estaria trabalhando", diz Lucia Reis, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores
em Educação da UFRJ.
Os manifestantes ocuparam ontem mais um andar da reitoria. A
associação dos docentes informou
que estava circulando um e-mail
pedindo para que manifestantes
telefonassem para a casa de Vilhena a fim de bloquear a linha.
Colaborou a Sucursal do Rio
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