São Paulo, sábado, 29 de setembro de 2001

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Comerciante vai pressionar vereador

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, disse que, se a prefeitura não aceitar rever o projeto do IPTU progressivo, os comerciantes vão pressionar vereadores para que votem contra a proposta.
Burti sustenta que a medida, se aprovada, vai levar muitos comerciantes à informalidade.
"Só porque alguém levou dez anos pagando por um imóvel que vale R$ 100 mil, não significa que essa pessoa é milionária. A prefeitura esquece que não é a única coletora de impostos. Temos ainda o Estado e a União", completou.
Para Burti, a proposta é "uma forma violenta de contornar a Lei de Responsabilidade Fiscal". "A administração não se ajusta e joga a carga nas costas do cidadão."
Burti diz que tem uma reunião agendada para segunda-feira com o secretário das Finanças, João Sayad. "Se a prefeitura se mostrar disposta a negociar, nos oferecemos para pedir ao presidente Fernando Henrique que renegocie a dívida da cidade com a União."
Representantes dos setores imobiliário e de construção civil, entretanto, se mostram mais cautelosos com relação à proposta.
O Secovi-SP (sindicato das imobiliárias e construtoras) espera uma cópia do projeto para poder analisá-lo tecnicamente.
Membros do SindusCon-SP (sindicato que representa a indústria da construção civil) se reuniram ontem para avaliar a proposta. Por meio da assessoria, a entidade informou que só comentará o assunto quando souber como serão os reajustes da Planta Genérica de Valores (PGV).
A falta de uma definição da nova PGV dificulta também um prognóstico de como o IPTU progressivo afetará o bolso de quem mora ou tem imóveis em São Paulo, afirma Paulo de Tarso Soares, professor de Economia Brasileira da USP e coordenador de pesquisas da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Ele defende, porém, a proposta da prefeitura, que, em sua avaliação, vai inibir a especulação.



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