São Paulo, sábado, 29 de setembro de 2001

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MORTE DE PREFEITO

Ele foi preso em MG acusado de estar no carro que atirou contra Toninho em Campinas

Polícia prende suspeito de crime

CLAUDIO LIZA JUNIOR
MÁRIO TONOCCHI
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

A Polícia Civil de Campinas conseguiu chegar ontem ao principal suspeito de ter participado da morte do prefeito Antonio da Costa Santos (PT), no dia 10.
Flávio Aparecido Garbim foi detido pela PM de Minas Gerais em Uberlândia, na terça-feira. Ele é o 10º suspeito preso e chegaria na noite de ontem a Campinas, onde será interrogado e permanecerá detido por dez dias.
Segundo a polícia, Garbim teria sido o autor do roubo do Vectra prata, abandonado na rodovia SP-340 horas depois do assassinato do prefeito.
A polícia suspeita de que os disparos que atingiram o prefeito foram efetuados por três homens que estavam nesse Vectra.
Eles teriam realizado um roubo frustrado minutos antes no bairro Chácara da Barra e fugiam pela avenida Mackenzie, local onde o prefeito foi assassinado, rumo à rodovia D. Pedro 1º.
Dois indícios levam a essa conclusão -os tiros foram disparados em movimento e uma imagem da câmera do hipermercado Carrefour mostra o Vectra ultrapassando um Palio igual ao conduzido por Toninho na noite do assassinato.
De acordo com o delegado-coordenador da 16ª Delegacia Regional de Segurança do Estado de Minas Gerais, César Augusto Monteiro Alves Júnior, 38, a Polícia Técnica de Minas Gerais já comprovou que as digitais encontradas no Vectra prata são as mesmas do suspeito.
O preso negou, em depoimento informal a uma equipe de policiais de Campinas que foi buscá-lo em Minas, participação na morte de Toninho. Duas irmãs de Garbim disseram ter provas de que ele não deixou Uberlândia.
O delegado-seccional de Campinas, Osmar Porcelli, disse que, até o final da tarde de ontem, não tinha recebido os laudos que mostram que as impressões digitais no Vectra são de Garbim.
"Se for comprovado que a impressão digital dele está no Vectra, o caso fica muito mais encaminhado. Se a prova técnica der positivo, testemunha a gente consegue", disse o seccional.
A polícia já identificou toda a quadrilha. "Estamos investigando, em um trabalho conjunto com a polícia de Campinas, se há mais pessoas envolvidas com o preso que podem ter participado do crime, caso seja comprovado realmente que ele praticou o assalto que terminou com a morte do prefeito de Campinas", disse o delegado de Minas.
A Folha divulgou na edição de ontem, com exclusividade, que a polícia já havia identificado os ocupantes do Vectra.
A Polícia Civil de Campinas foi informada anteontem da prisão e da suspeita da participação de Garbim. Ele foi preso após três assaltos a casas lotéricas em Uberlândia. Houve perseguição e troca de tiros. Garbim estava com outros cinco homens.
De acordo com a PM de Uberlândia, Daniel Augusto da Silva, conhecido como Cabecinha, foi morto pelos policiais. Garbim e Silva, segundo a polícia, são de Campinas. Emerson Vilela, Hamilton Cabral e Rodrigo da Silva são, de Uberlândia.
Com a quadrilha foram apreendidas duas pistolas, uma 7.65 e uma PT 380. Uma terceira pistola, sem calibre definido, desapareceu com um quinto assaltante. A polícia suspeita de que essa arma possa ser a pistola calibre 9 milímetros -a arma utilizada para matar o prefeito de Campinas.
Garbim e Silva já estavam sendo procurados em Campinas por assassinato. Eles e Paulo Henrique Rodrigues, que está desaparecido, e Alex Sandro de Andrade, preso em junho, têm a prisão preventiva decretada pelo assassinato do PM Antônio Alves Pereira, em maio, morto ao reagir a um assalto.


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