DA REPORTAGEM LOCAL

Para o rottweiler Sultan, 4, não há folga. Diariamente, ele acorda o dono, Wanderlei de Oliveira, 42, diretor da Federação Paulista de Atletismo, às 5h. Juntos, correm de 5 km a 10 km. Depois do cooper, Sultan passa o dia tranquilo.
"Ele está sempre disposto. Passam cinco minutos do horário, ele começa a "apitar'", conta Wanderlei, proprietário da empresa de treinamento (de humanos) Run For Life. "É uma raça muito ativa. Precisa gastar as energias."
Transformar o cão em uma espécie de maratonista não foi fácil. Wanderlei somou os conhecimentos que tem em atletismo a informações adquiridas sobre adestramento para criar um método próprio. "Há uma série de cuidados que precisam ser observados antes de sair correndo", explica Wanderlei.
O primeiro é começar devagar. "Inicie com caminhadas de uma quadra." Os cães com idade inferior a seis meses não devem fazer nada. "Nesse período, é preciso adestrá-los. São como crianças."
Quando estiver apto para corridas mais longas, o cachorro requer outros cuidados especiais, entre os quais beber água antes e depois de correr e não ingerir alimentos antes do cooper.
"Há muitas pessoas que saem correndo com o cão, e dá um pouco de pena. Vê-se que o animal não está preparado. Se o cachorro está gordo, por exemplo, o exercício acabará forçando a sua estrutura muscular", diz Oliveira.
Uma das dicas dadas pelo atleta diz respeito ao terreno escolhido para a corrida canina. "Os cães não usam tênis como nós. Por isso é preciso alternar os locais onde ele vai correr, entre cimento e grama, por exemplo. Caso o dono corra só sobre o asfalto, ele poderá danificar a pata do seu cachorro, que é formada por almofadas de músculo", diz.
Sultan é uma companhia indispensável para Oliveira. Segundo ele, não há estranho que se aproxime da dupla durante o itinerário da madrugada. "O cão impressiona as pessoas", considera.


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