|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empresas aéreas criticam novas restrições
Para sindicato, do ponto de vista da segurança área, não há sentido limitar número de passageiros, mas apenas o peso do avião
Companhias avaliam que medidas determinadas pela Justiça Federal vão
agravar os atrasos e os cancelamentos de vôos
DA REPORTAGEM LOCAL
As novas restrições para vôos
em Congonhas determinadas
pelo desembargador federal
Roberto Haddad foram criticadas por representantes das empresas aéreas e da Anac, que
questionaram a falta de embasamento técnico das medidas.
A principal contestação é
que, do ponto de vista da segurança aérea, só há sentido em
restrições ao peso dos aviões, e
não na quantidade de passageiros. Alegam que, pelo critério
fixado por Haddad, a companhia poderia deixar uma aeronave muito mais pesada com
carga, em vez de pessoas.
Eles avaliam que, se elas forem cumpridas, os atrasos e os
cancelamentos de vôos serão
agravados, embora apostem
que a liminar será derrubada.
"Todo mundo quer holofote,
é um absurdo", disse Ronaldo
Jenkins, diretor do Snea (sindicato das empresas aéreas).
Jenkins afirmou que a medida que mais afetava as companhias era a restrição ao número
de passageiros. Disse que, se for
levada adiante, haverá "reflexos econômicos" -sem querer
especificar se isso significaria
uma eventual elevação de preço das passagens.
O fato de a decisão prever
desvio para Cumbica de aviões
com defeito mecânico, para ele,
"é uma aberração" que pode
provocar confusão. Jenkins
avalia que isso pode envolver
problemas insignificantes à segurança aérea -como na porta
do banheiro de uma aeronave.
A limitação de combustível
foi fixada em três toneladas acima do mínimo exigido. Muitas
empresas voam para São Paulo
com mais querosene em seus
aviões do que precisam, com a
intenção de pagar menos impostos em outros Estados -algo que passou a ficar vetado.
A proibição de operações em
Congonhas com reversor inoperante não deve ter impactos
significativos porque as principais companhias, como a Gol e
a TAM, já vinham adotando a
medida, principalmente depois
do acidente do Airbus-A320
que voava no aeroporto com esse sistema auxiliar de frenagem
ativo somente em um lado.
O desembargador federal
Roberto Haddad citou em seu
despacho reportagens jornalísticas e disse que, devido à urgência da medida, que "impossibilita a elaboração de perícia",
utilizou como parâmetro itens
como "experiência" e "bom
senso". Ressalvou que as restrições, "dentro dos critérios de
provisoriedade da liminar", devem valer "até que seja realizado um estudo aprofundado".
(ALENCAR IZIDORO)
Texto Anterior: Congonhas: Ministério da Defesa diz que liminar segue o objetivo da pasta Próximo Texto: Walter Ceneviva: Extradição e seus problemas Índice
|