São Paulo, sábado, 29 de setembro de 2007

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Empresas aéreas criticam novas restrições

Para sindicato, do ponto de vista da segurança área, não há sentido limitar número de passageiros, mas apenas o peso do avião

Companhias avaliam que medidas determinadas pela Justiça Federal vão agravar os atrasos e os cancelamentos de vôos

DA REPORTAGEM LOCAL

As novas restrições para vôos em Congonhas determinadas pelo desembargador federal Roberto Haddad foram criticadas por representantes das empresas aéreas e da Anac, que questionaram a falta de embasamento técnico das medidas.
A principal contestação é que, do ponto de vista da segurança aérea, só há sentido em restrições ao peso dos aviões, e não na quantidade de passageiros. Alegam que, pelo critério fixado por Haddad, a companhia poderia deixar uma aeronave muito mais pesada com carga, em vez de pessoas.
Eles avaliam que, se elas forem cumpridas, os atrasos e os cancelamentos de vôos serão agravados, embora apostem que a liminar será derrubada.
"Todo mundo quer holofote, é um absurdo", disse Ronaldo Jenkins, diretor do Snea (sindicato das empresas aéreas).
Jenkins afirmou que a medida que mais afetava as companhias era a restrição ao número de passageiros. Disse que, se for levada adiante, haverá "reflexos econômicos" -sem querer especificar se isso significaria uma eventual elevação de preço das passagens.
O fato de a decisão prever desvio para Cumbica de aviões com defeito mecânico, para ele, "é uma aberração" que pode provocar confusão. Jenkins avalia que isso pode envolver problemas insignificantes à segurança aérea -como na porta do banheiro de uma aeronave.
A limitação de combustível foi fixada em três toneladas acima do mínimo exigido. Muitas empresas voam para São Paulo com mais querosene em seus aviões do que precisam, com a intenção de pagar menos impostos em outros Estados -algo que passou a ficar vetado.
A proibição de operações em Congonhas com reversor inoperante não deve ter impactos significativos porque as principais companhias, como a Gol e a TAM, já vinham adotando a medida, principalmente depois do acidente do Airbus-A320 que voava no aeroporto com esse sistema auxiliar de frenagem ativo somente em um lado.
O desembargador federal Roberto Haddad citou em seu despacho reportagens jornalísticas e disse que, devido à urgência da medida, que "impossibilita a elaboração de perícia", utilizou como parâmetro itens como "experiência" e "bom senso". Ressalvou que as restrições, "dentro dos critérios de provisoriedade da liminar", devem valer "até que seja realizado um estudo aprofundado".
(ALENCAR IZIDORO)


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