Tecnologia capta a imagem de um suspeito e a compara com bancos de dados

SIMONE IGLESIAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A polícia do Rio Grande do Sul começa a testar na próxima semana um sistema pioneiro no país de identificação e busca de pessoas por reconhecimento facial. A tecnologia capta a imagem do rosto de um suspeito e a compara com fotos dos bancos de dados do Estado.
O software, alemão, custou R$ 100 mil e será usado pelos setores de inteligência e investigação criminal das polícias Civil e Militar. Chamado Isis Faces.Net, foi desenvolvido para utilização na Copa do Mundo de 2006. Suíça, Chipre e Emirados Árabes Unidos já usam o sistema.
"É uma ferramenta nova e forte de investigação, porque vai permitir qualidade e agilidade na busca de suspeitos e foragidos", disse o diretor de Gestão Estratégica da Secretaria da Segurança Pública do Estado, tenente-coronel Marco Antônio dos Santos.
As primeiras imagens disponíveis para uso no projeto são 60 mil fotos do sistema penitenciário gaúcho -de 14 mil foragidos e de 46 mil pessoas que já foram ou estão presas. O acervo será comparado com imagens de suspeitos captadas, por exemplo, por câmeras de rua e em estádios de futebol.
Ao todo, 16 cidades do Estado possuem câmeras de monitoramento nas ruas -os equipamentos estão em instalação em outros 22 municípios.
A depender da qualidade do material captado, o programa pode ter 100% de acerto ao comparar as imagens, ou apresentar percentuais de semelhança. Consegue comparar fotos mesmo que o suspeito tenha feito cirurgia plástica, use maquiagem ou bigode.

Ampliação do acervo
A secretaria vai firmar ainda convênio com o Detran (Departamento Estadual de Trânsito), para acessar imagens de todos os motoristas gaúchos, e com o Instituto de Identificação da Polícia Civil, que tem banco de 12 milhões de fotos, das quais 2,2 milhões têm qualidade para comparação.
Santos afirmou que a secretaria vai testar o equipamento e treinar operadores por um ano. Ele diz esperar que o sistema entre em operação rotineira em 2008.