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Sala do DHPP tinha pregos e canos, diz padre
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa sala com cerca de seis
metros quadrados, havia pregos na parede e fios elétricos
pendurados no teto. No chão,
barras de cano lustradas, aparentemente por causa do uso,
de acordo com o padre Valdir
João Silveira, da Pastoral Carcerária. A sala ficava na garagem do DHPP (Departamento
de Homicídios e Proteção à
Pessoa), no fim de uma escada
sem saída.
Delegados diziam que aquela
sala estava sem uso havia anos,
mas tinha um cadeado novo na
porta, indício de que era ocupada. A pastoral chegou a esse
ambiente em 2005 depois de
receber oito cartas de familiares de presos relatando maus-tratos no DHPP, de acordo com
o padre.
"Não posso acusar ninguém
de que havia ali uma sala de tortura, mas o ambiente era muito
estranho", diz o defensor público Davi Depiné, que à época
integrava a Procuradoria de Assistência Jurídica.
Para Depiné, o problema não
era só essa sala escondida. A
própria carceragem do DHPP,
onde ficam os presos que estão
sendo interrogados, tinha problemas. Os presos diziam sofrer maus-tratos e só faziam
uma refeição por dia.
Inquérito
O inquérito aberto para apurar as suspeitas de tortura
foi arquivado por falta de provas. "Os presos ficam com medo de falar e apanhar", diz padre Valdir.
O DHPP afirma que o fato de
o inquérito ter sido arquivado
mostra que as suspeitas eram
infundadas.
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