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DINO SOARES HUNGRIA (1920-2008)
O recomeço de um nome húngaro
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
O avô do avô de Dino, se
não falha a memória da família, foi o primeiro deles a chegar ao país, vindo da Hungria. Era um Hoffbauer.
Estabelecido na região de
Itapetininga, no interior de
São Paulo, casou-se e teve filho. Quando foi registrar a
criança, o funcionário do cartório se embananou na hora
de escrever o Hoffbauer.
Era um homem da Hungria, com um sobrenome da
Hungria que poucos sabiam
grafar -e com o qual muitos
se atrapalhavam. Aí lhe sugeriram facilitar a vida de seus
descendentes, e ele topou.
Em vez de João Hoffbauer, o
filho foi registrado com o nome de João da Hungria.
Dino Soares Hungria é,
portanto, um Hoffbauer,
mas não precisou soletrar o
sobrenome para dissipar dúvidas, porque o problema já
estava resolvido. Nasceu em
Tatuí (SP), cidade próxima a
Itapetininga, de pai proprietário de um armazém e de
mãe dona-de-casa.
Ainda bem novo, veio estudar em São Paulo, onde se
formou dentista pela USP,
em 1944. Em 1946, conheceu
a mulher na casa dos tios (de
ambos): o tio dele era casado
com a tia dela. Dois anos depois, estavam casados.
Quando as três filhas nasceram, cuidou não só delas
como dos respectivos dentes.
Dizia que a salada deveria vir
depois da comida, pois funcionava como um limpador
natural de dentes.
Morreu na terça-feira, aos
88, em São Paulo, de insuficiência renal. Além das filhas, deixou sete netos.
obituario@folhasp.com.br
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