São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2008

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DINO SOARES HUNGRIA (1920-2008)

O recomeço de um nome húngaro

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

O avô do avô de Dino, se não falha a memória da família, foi o primeiro deles a chegar ao país, vindo da Hungria. Era um Hoffbauer.
Estabelecido na região de Itapetininga, no interior de São Paulo, casou-se e teve filho. Quando foi registrar a criança, o funcionário do cartório se embananou na hora de escrever o Hoffbauer.
Era um homem da Hungria, com um sobrenome da Hungria que poucos sabiam grafar -e com o qual muitos se atrapalhavam. Aí lhe sugeriram facilitar a vida de seus descendentes, e ele topou. Em vez de João Hoffbauer, o filho foi registrado com o nome de João da Hungria.
Dino Soares Hungria é, portanto, um Hoffbauer, mas não precisou soletrar o sobrenome para dissipar dúvidas, porque o problema já estava resolvido. Nasceu em Tatuí (SP), cidade próxima a Itapetininga, de pai proprietário de um armazém e de mãe dona-de-casa.
Ainda bem novo, veio estudar em São Paulo, onde se formou dentista pela USP, em 1944. Em 1946, conheceu a mulher na casa dos tios (de ambos): o tio dele era casado com a tia dela. Dois anos depois, estavam casados.
Quando as três filhas nasceram, cuidou não só delas como dos respectivos dentes. Dizia que a salada deveria vir depois da comida, pois funcionava como um limpador natural de dentes.
Morreu na terça-feira, aos 88, em São Paulo, de insuficiência renal. Além das filhas, deixou sete netos.
obituario@folhasp.com.br


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