São Paulo, terça-feira, 29 de setembro de 2009

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RAFAEL PARRA MORILLAS (1921-2009)

A Espanha e a família de um comerciante

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Espanha ficara para trás, mas Rafael Parra Morillas encontrou um jeitinho de continuar ligado à sua terra: abriu uma importadora de produtos espanhóis em SP.
Trazia ao Brasil um pouquinho de seu país em mercadorias de secos e molhados.
Filho de trabalhadores rurais, chegou aqui aos dois anos, com os pais, que vieram trabalhar nas lavouras de café no interior de SP.
Por um tempo, seguiu a lida dos pais. Depois, veio à capital, onde exerceu atividades com tipografia, até se envolver com comércio.
Como deixara sua pátria ainda pequeno, foi conhecer melhor suas raízes no fim dos anos 90. Fez questão de ir à Espanha bem vestido, de terno e gravata, como o momento -especial- pedia.
Era um homem sério e, na juventude, foi um rapaz muito alegre, recorda-se a mulher, Francisca. Teve momentos tristes, quando perdeu uma filha de 18 anos vítima de leucemia.
Quando outra filha, grávida e mãe de dois meninos, ficou viúva, ele se afastou do trabalho para se dedicar integralmente à família. Orgulhava-se de todos os setes netos terem curso superior.
No mês passado, ao fazer 88 anos, preparou um discurso que o choro e a emoção o impediram de proferir: agradeceria por ter conseguido construir sua família.
Morreu quarta, de um AVC (acidente vascular cerebral). Deixa viúva, três filhas, sete netos e seis bisnetos. A missa de sétimo dia será hoje, às 18h30, na igreja do Santíssimo Sacramento, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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