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RAFAEL PARRA MORILLAS (1921-2009)
A Espanha e a família de um comerciante
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Espanha ficara para trás,
mas Rafael Parra Morillas
encontrou um jeitinho de
continuar ligado à sua terra:
abriu uma importadora de
produtos espanhóis em SP.
Trazia ao Brasil um pouquinho de seu país em mercadorias de secos e molhados.
Filho de trabalhadores rurais, chegou aqui aos dois
anos, com os pais, que vieram trabalhar nas lavouras
de café no interior de SP.
Por um tempo, seguiu a lida dos pais. Depois, veio à capital, onde exerceu atividades com tipografia, até se envolver com comércio.
Como deixara sua pátria
ainda pequeno, foi conhecer
melhor suas raízes no fim
dos anos 90. Fez questão de
ir à Espanha bem vestido, de
terno e gravata, como o momento -especial- pedia.
Era um homem sério e, na
juventude, foi um rapaz muito alegre, recorda-se a mulher, Francisca. Teve momentos tristes, quando perdeu uma filha de 18 anos vítima de leucemia.
Quando outra filha, grávida e mãe de dois meninos, ficou viúva, ele se afastou do
trabalho para se dedicar integralmente à família. Orgulhava-se de todos os setes netos terem curso superior.
No mês passado, ao fazer
88 anos, preparou um discurso que o choro e a emoção
o impediram de proferir:
agradeceria por ter conseguido construir sua família.
Morreu quarta, de um
AVC (acidente vascular cerebral). Deixa viúva, três filhas,
sete netos e seis bisnetos. A
missa de sétimo dia será hoje, às 18h30, na igreja do Santíssimo Sacramento, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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