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ADMINISTRAÇÃO
Segundo a Prefeitura de SP, há menos 366 locais que podem desabar ou ser atingidos por inundações
SP muda critério e "some" com área de risco
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Em dez meses de administração, a Prefeitura de São Paulo
conseguiu reduzir o número de
áreas que correm risco de desabamento ou inundação na cidade.
A nova realidade, no entanto,
não se deu por causa de aplicação
de verbas para melhorar as condições de vida da população que vive nessas áreas, estimada em cerca de 700 mil pessoas. Para diminuir o índice, a prefeitura adotou
mudanças de critérios.
Até o ano passado, havia 953
áreas consideradas de risco em
São Paulo. Um levantamento realizado entre março e julho deste
ano por equipes das administrações regionais, comandadas pela
Secretaria de Implementação das
Subprefeituras (SIS), reduziu esse
número para 587.
Na atual avaliação da SIS, são
considerados áreas de risco apenas os locais que necessitam de
atenção permanente e que podem
causar mortes. Por causa disso,
366 áreas desapareceram das contas oficiais. De acordo com o Programa de Gerenciamento das Intervenções em Áreas de Risco nas
Regionais (Progiar), esses "587
[locais" merecem intervenções
em função dos riscos aos quais estão expostos os moradores".
A verba para cuidar desses locais também encolheu na prática.
Do Orçamento previsto, a prefeitura gastou, até agora, só 0,8% na
minimização do problema.
O gasto previsto para este ano
em obras classificadas como de
segurança urbana (muros de arrimo, contenção e drenagem, por
exemplo) nessas áreas era de R$
6,1 milhões, mas foi suplementado e chegou a R$ 10,2 milhões. Porém, de acordo com a execução
orçamentária da prefeitura, até o
momento foram gastos efetivamente apenas R$ 824 mil.
A assessoria de imprensa da SIS
informou que foram realizadas 21
licitações para obras e outros 20
processos estão em andamento.
Para o ano que vem, a previsão orçamentária é de R$ 7,6 milhões, e
a intenção é realizar intervenções
em 40 áreas de risco.
Se a prefeitura concretizar as 40
obras planejadas para este ano, terá resolvido 0,6% do problema,
mesmo percentual que pretende
realizar em 2002. De acordo com
a assessoria de imprensa da SIS,
de abril a outubro foram transferidas 240 famílias que viviam em
áreas de risco na cidade.
A situação também é complicada na prevenção de enchentes.
Das verbas que estavam consignadas no Orçamento deste ano
para reassentamento de famílias,
conservação e limpeza de galerias,
canais e córregos e limpeza de bocas-de-lobo, 25,16% foram gastas,
como demonstra a execução orçamentária da prefeitura.
Para o programa de reassentamento de famílias, dos R$ 46,8
milhões iniciais foram gastos R$
6,1 milhões -13%.
O novo levantamento da Prefeitura de São Paulo demonstra que
a regional da Freguesia do Ó, na
zona norte, é a que mais áreas de
risco possui. No total, foram
apontados 155 locais com probabilidade de deslizamentos ou
inundações. Em segundo lugar
está a regional da Sé, com 89
áreas. O maior problema na Sé é a
possibilidade de destruição de
moradias por causa de enchentes.
A prefeitura afirma que o dinheiro que tem gasto nas obras de
contenção de enchentes é o suficiente. Ricardo Pacheco, assessor
de gabinete do secretário de Implementação das Subprefeitura,
Arlindo Chinaglia, disse que, neste ano, a prefeitura limpou 493
mil bocas-de-lobo. "Uma melhor
gestão dos recursos implica em
menos gastos", sustenta.
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