Meu cão e personal trainer, Pacheco Pafúncio, não abana mais o rabo e tem andado amuado pela casa, choramingando seu triste destino.
É moda atribuir a culpa por tudo o que acontece a José Serra e eu desconfio que, se Pacheco pudesse falar, ele iria me perguntar se o complô urdido contra cães na sua situação foi coisa do candidato.
Eu responderia que não. O responsável pelo desatino é o deputado Pastor Reinaldo (PTB-RS), autor de um projeto de lei que, se aprovado, proibirá donos de animais de estimação de dar nomes próprios de pessoas aos bichos.
Segundo o deputado, a proibição evitaria constrangimentos "em especial às crianças em fase de construção de identidade".
Se o projeto for sancionado, quem teimar em chamar o animal com nome de humano estará sujeito a multa ou a prestação de serviços comunitários.
Não vou sugerir que, a fim de dirimir qualquer suspeita de que o deputado venha a ser oriundo da Alsácia, ele poderia começar mudando o próprio nome para Pastor Rex ou Totó. A sugestão não iria resolver o problema do meu acabrunhado salsicha.
Alô, Hebe Camargo, Joyce Pascowitch, Zé Simão e demais proprietários de cães com nomes de humanos! Será que se eu mudar o nome do Pacheco para Deputado estarei infringindo alguma lei?
Sobre as relações entre pessoas e bichos, há quem se mexa para prestar serviços reais à comunidade. O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal apresentou queixa à Justiça para ver apurados "os atos de maus-tratos praticados contra as aves pelo publicitário Duda Mendonça".
O presidente Lula está preocupado em descobrir de onde partiu a denúncia contra o publicitário. Pois eu sugiro que ele mude o enfoque de suas inquietações e abrace alguma causa pela proteção dos animais. Afinal, se é legítima, que importância tem de onde partiu a denúncia?
Por falar em enfoque, Marta Suplicy desperdiçou a viagem. Ela não recorreu à Justiça para tirar uma faixa considerada ofensiva colocada na rua onde mora por um vizinho? Pois deveria ter aproveitado a faxina para impedir a circulação de carros que trazem sua imagem junto à do político a quem sempre combateu.
Para finalizar: os paulistas convidados para o casamento de Luciano Huck e Angélica, no Rio, estão demonstrando inusitado espírito cívico e tratando de assegurar a volta para Sampa no dia seguinte. Todos querem votar.

QUALQUER NOTA

Morte em campo
Nos EUA, até crianças sabem usar o desfibrilador, que reanima vítimas de parada cardíaca. Nos aeroportos o aparelho está à disposição. Enquanto isso, nós aqui somos obrigados a testemunhar, ao vivo e em cores, o atendimento médico improvisado em um evento esportivo de primeira ordem. Vai ficar como está?

Atraente
Finalmente surge uma publicação para rivalizar com o "Guia 4Rodas". Trata-se do "Guia Unicard Unibanco Brasil", com textos assinados por Marcos Sá Corrêa, Zuenir Ventura e Nelson Motta, e capaz de encantar até quem não sai de casa.

E-mail - barbara@uol.com.br
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