São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2004

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Não há contato com detentos, afirma governo

DA SUCURSAL DO RIO

O porta-voz da Polícia Militar fluminense, tenente-coronel Aristeu Leonardo Tavares, afirmou que o antigo presídio de Benfica foi transformado em unidade militar e, portanto, está apto a receber os PMs presos. "Não há contato nenhum entre policiais e presos comuns."
Ele afirmou que a transferência foi decidida pelo próprio comandante-geral da corporação, coronel Hudson de Aguiar Miranda.
Segundo Tavares, o objetivo é reforçar o policiamento nas ruas. Com policiais presos nos quartéis, PMs que poderiam estar nas vias ficam nas unidades para fazer custódia. Ele disse não ver problemas no fato de PMs e presos comuns ficarem na mesma unidade e citou o ano de 2002, quando os traficantes Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, ficaram encarcerados com policiais.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, com a desativação das carceragens, 91 policiais detidos iriam para Benfica e para o presídio Ary Franco, em Água Santa (zona norte). Outros 204 serão removidos depois.
O inspetor-geral das polícias, coronel João Carlos Ferreira, que investiga crimes cometidos por policiais, contestou o argumento dos policiais presos de que o estatuto da corporação não permite que PMs ainda não condenados fiquem em presídios. "O estatuto é anterior à Constituição de 1988 e já sofreu várias modificações."
Ferreira criticou o protesto ocorrido em Benfica. "Se esses policiais tivessem pautado suas condutas, com certeza não estariam presos."


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