|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DOENÇA SOB SUSPEITA
Outros dois pacientes, que estiveram no mesmo local da pessoa que morreu, estão em estado grave
Rio investiga morte por "febre do carrapato"
TALITA FIGUEIREDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
A Vigilância Epidemiológica do
Rio investiga a contaminação de
três pacientes -um deles morto
na quarta-feira e os outros dois
internados em estado grave-
por febre maculosa (doença
transmitida por carrapatos).
Segundo a Secretaria Municipal
de Saúde, "há grande probabilidade" de que a febre hemorrágica
nos três seja resultado da infecção
pela bactéria Rickettisia rickettsii,
transmitida pelo carrapato-estrela, ou carrapato-de-cavalo, e causadora da febre maculosa.
Os três pacientes tiveram sintomas semelhantes e estiveram, em
8 de outubro, em uma pousada
em Itaipava - região serrana, a
65 km do Rio - durante um casamento. O hospedeiro principal
é o cavalo. O homem é hospedeiro
acidental e não transmite a doença, que não é contagiosa.
A Prefeitura de Petrópolis informou que, durante busca nos arredores da cidade por técnicos da
Vigilância Sanitária, foram achados carrapatos dessa espécie em
um cavalo na propriedade ao lado
da pousada Capim Limão, onde
os três contaminados estiveram.
Testes serão feitos nos carrapatos para determinar se estão infectados. Amostras de sangue do
cavalo também foram coletadas.
O dono da propriedade foi notificado pela Vigilância para que faça
o tratamento no animal: pulverização com carrapaticidas.
A Secretaria de Saúde do Rio informou que não há diagnóstico
definitivo e que exames laboratoriais estão sendo feitos pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
O crítico de música e jornalista
Roberto Múrcia Moura, 58, morto na quarta-feira, pode ter sido a
primeira vítima da doença. Ele foi
internado em estado grave na noite de terça no Hospital São Lucas,
em Copacabana. Ele apresentava
febre alta, manchas vermelhas no
corpo e coagulação sangüínea.
Médicos suspeitaram, no início,
de se tratar de dengue hemorrágica. Exame descartou a hipótese.
Outro caso suspeito é o do superintendente da Vigilância Sanitária do Rio, Fernando Alves Martins Villas Boas Filho, 41. Ele está
internado há nove dias no CTI
(Centro de Tratamento Intensivo) do Hospital Quinta D"Or (São
Cristóvão, zona norte).
O terceiro caso é de um paciente
de 62 anos internado no CTI do
Hospital São Lucas, onde ficou
Roberto Moura.
Texto Anterior: Prazo para obras era de 150 dias Próximo Texto: "Diagnóstico da doença é falho" Índice
|