São Paulo, sábado, 29 de outubro de 2005

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DOENÇA SOB SUSPEITA

Outros dois pacientes, que estiveram no mesmo local da pessoa que morreu, estão em estado grave

Rio investiga morte por "febre do carrapato"

TALITA FIGUEIREDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

A Vigilância Epidemiológica do Rio investiga a contaminação de três pacientes -um deles morto na quarta-feira e os outros dois internados em estado grave- por febre maculosa (doença transmitida por carrapatos).
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, "há grande probabilidade" de que a febre hemorrágica nos três seja resultado da infecção pela bactéria Rickettisia rickettsii, transmitida pelo carrapato-estrela, ou carrapato-de-cavalo, e causadora da febre maculosa.
Os três pacientes tiveram sintomas semelhantes e estiveram, em 8 de outubro, em uma pousada em Itaipava - região serrana, a 65 km do Rio - durante um casamento. O hospedeiro principal é o cavalo. O homem é hospedeiro acidental e não transmite a doença, que não é contagiosa.
A Prefeitura de Petrópolis informou que, durante busca nos arredores da cidade por técnicos da Vigilância Sanitária, foram achados carrapatos dessa espécie em um cavalo na propriedade ao lado da pousada Capim Limão, onde os três contaminados estiveram.
Testes serão feitos nos carrapatos para determinar se estão infectados. Amostras de sangue do cavalo também foram coletadas. O dono da propriedade foi notificado pela Vigilância para que faça o tratamento no animal: pulverização com carrapaticidas.
A Secretaria de Saúde do Rio informou que não há diagnóstico definitivo e que exames laboratoriais estão sendo feitos pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
O crítico de música e jornalista Roberto Múrcia Moura, 58, morto na quarta-feira, pode ter sido a primeira vítima da doença. Ele foi internado em estado grave na noite de terça no Hospital São Lucas, em Copacabana. Ele apresentava febre alta, manchas vermelhas no corpo e coagulação sangüínea.
Médicos suspeitaram, no início, de se tratar de dengue hemorrágica. Exame descartou a hipótese.
Outro caso suspeito é o do superintendente da Vigilância Sanitária do Rio, Fernando Alves Martins Villas Boas Filho, 41. Ele está internado há nove dias no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) do Hospital Quinta D"Or (São Cristóvão, zona norte).
O terceiro caso é de um paciente de 62 anos internado no CTI do Hospital São Lucas, onde ficou Roberto Moura.


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