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Vereador do Guarujá diz que recebeu proposta de propina
Parlamentar afirma que ganharia R$ 4.000 mensais se votasse a favor do prefeito
O suposto esquema apelidado de "mensalinho do Guarujá" já levou ao afastamento de 8 dos 14 vereadores do município
MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
O vereador petista Luiz Carlos Romazzini, do Guarujá (87
km a sudeste de São Paulo),
afirmou ter recebido a proposta para ganhar R$ 4.000 mensais se participasse de um suposto esquema de corrupção na
Câmara Municipal -apelidado
de "mensalinho do Guarujá".
Segundo Romazzini, a proposta foi feita no começo de
2005 pelo ex-vereador e então
presidente da Câmara José Nilton Lima de Oliveira, o Doidão,
em uma pizzaria. Se aceitasse,
ele teria de votar com a bancada governista a favor do prefeito Farid Said Madi (PDT).
Doidão teria anotado os valores e alguns nomes no papel-toalha da pizzaria, que foi entregue ao Ministério Público
por Romazzini. O ex-presidente do Legislativo -cujo mandato foi cassado em maio- teria
dito que o dinheiro viria pelo
prefeito e por seu irmão e assessor, Ysam Said Madi.
Segundo Romazzini, a bancada da situação tem cargos na
prefeitura que seriam ocupados por pessoas indicadas e, inclusive, por familiares. Ele ainda afirma que vem sendo ameaçado e, desde a semana passada, usa colete à prova de balas.
No dia 16 deste mês, Romazzini levou ao Ministério Público um vídeo e cópias de boletins de ocorrência sobre ameaças que teria sofrido. O vídeo
mostra falas de uma vereadora
que, segundo Romazzini, demonstra desavenças entre eles.
Mensalinho
O suposto esquema de corrupção foi a público em setembro, por um vídeo gravado na
Câmara que mostrava o ex-presidente do Legislativo Gilson
Fidalgo Salgado (PMDB) distribuindo dinheiro a vereadores.
A propina seria para pedir
apoio a projetos do prefeito.
No dia 11 de outubro, o Ministério Público entrou com
ação por ato de improbidade
administrativa contra 12 políticos. Os promotores pediam o
afastamento de 11 pessoas -entre elas, o prefeito.
A Justiça aceitou parcialmente a sugestão, determinando afastamento de 8 dos 14 vereadores da cidade e quebra do
sigilo bancário e fiscal do prefeito, de seu irmão e do secretário do Governo. Na semana
passada, o Ministério Público
pediu o afastamento dos três.
Além de Romazzini, a Folha
conversou com outros três dos
seis vereadores que não foram
acusados de envolvimento.
Paulo Piasenti (PT do B) e
Marcelo Gaspar (PSDB) disseram ter ouvido falar sobre o suposto esquema e negaram ter
sido convidados a participar.
Já Valter Suman (PSB), da situação, disse que nunca tinha
ouvido falar sobre o caso antes
de ele aparecer na imprensa. O
vereador Ituo Sato (PTB) não
respondeu aos recados da reportagem. Carlos Eduardo Pirani (PDT) não foi localizado.
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