Substituídos são da confiança de Andrea Matarazzo, atual secretário das Subprefeituras

Alvos são subprefeitos da Vila Mariana, Ipiranga, Mooca e Cidade Tiradentes; medida deixa Matarazzo ainda mais desconfortável no cargo

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) admitiu a interlocutores ontem a substituição de ao menos quatro subprefeitos de confiança do atual secretário das Subprefeituras, o tucano Andrea Matarazzo. Para essas vagas, ele consultará os partidos que apoiaram a sua campanha à reeleição.
Embora Kassab não descarte a permanência de Matarazzo na secretaria, ele tem dito que caberá a ele, Kassab, escolher os novos prefeitos. Com isso, os kassabistas acreditam que o próprio Matarazzo pedirá para deixar o cargo.
Os subprefeitos que estão na mira de Kassab são Renato Barreiros (Cidade Tiradentes), Eduardo Odloak (Mooca), Alexandre Modonezi (Vila Mariana) e Alexandre Anis (Ipiranga). Eles são considerados os principais homens de confiança de Matarazzo.
Ontem, Kassab confirmou a permanência do secretário da Saúde, Januário Montone. Anteontem, ele anunciou a manutenção de Alexandre de Moraes (Transportes) e de Clóvis Carvalho (Governo).
Até amanhã, o prefeito conversará com o governador José Serra (PSDB) sobre o desenho do governo para o segundo mandato. Serra deverá sugerir a permanência de Matarazzo e de sua equipe de subprefeitos.
Ontem, mais uma vez, Kassab negou a intenção de promover mudanças no primeiro escalão do governo, a não ser que algum secretário queira deixar o cargo. Neste caso, diz o prefeito, ele conversaria com os aliados sobre a substituição.
"Os partidos aliados poderão sugerir nomes, quando eu não os tiver, sempre pautado por critérios técnicos", afirmou.
"Eu não tive essa conversa de alteração do secretariado com ninguém porque não existe essa conversa. O que existe é a cidade de São Paulo aprovando um governo e, portanto, será um governo de continuidade. E eu nunca vi um governo de continuidade que mude os secretários", afirmou o prefeito.
Apesar disso, ao menos uma mudança já está confirmada. O secretário de Serviços e deputado federal pelo PPS, Dimas Ramalho, deixará o governo até o final deste ano para preparar sua campanha à reeleição. Kassab disse que não falou com ele sobre o assunto.
Com a saída de Ramalho, abre-se a brecha para a negociação de cargos com os partidos que se aliaram a Kassab para a campanha deste ano, especialmente PR e PMDB, além do PV e do próprio PPS, que já estavam no governo e agora querem mais espaço.
A Secretaria de Serviços administra os contratos de coleta de lixo e varrição de ruas, que custam anualmente à prefeitura cerca de R$ 700 milhões.
O PPS quer uma secretaria com "cara mais jovial", como a Cultura. O PV, que tem a Secretaria do Verde e Meio Ambiente, também ambiciona a Cultura e duas subprefeituras.
O PR quer duas secretarias, como prometido na campanha.
Uma é a de Esportes, para o vereador Aurélio Miguel. A outra pode ser da área técnica, para o recém-eleito vereador Marcos Cintra ou alguém ligado a Antônio Carlos Rodrigues, presidente da Câmara.
O PMDB, que também quer duas secretarias, já dá como certa a indicação da vice-prefeita eleita Alda Marco Antônio para a Assistência Social.

Colaboraram EVANDRO SPINELLI e JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, da Reportagem Local

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