DA SUCURSAL DO RIO

A qualidade da educação contribuiu pouco para o crescimento econômico dos países da América Latina.
Segundo estudo do BID, o crescimento do PIB verificado entre 1972 e 2000 se deve muito mais ao aumento da força de trabalho (ou seja, do número total de trabalhadores) do que à melhoria na qualificação da população.
O levantamento mostra que a melhoria do capital humano foi responsável por 26% do crescimento do PIB no período. Nos países do leste asiático, esse percentual chega a 32%, enquanto no sul da Ásia ele é de 35%.
Outro dado do estudo do BID compara, em 17 países da América Latina, o nível de escolaridade da população por faixa etária. Considerando apenas a população entre 55 e 59 anos, a média de 5,3 anos de escolaridade coloca o Brasil na 11ª colocação.
Já entre os mais jovens (de 25 a 29 anos), a escolaridade média no Brasil, apesar de melhorar (8,1 anos), deixa o país numa posição pior: a 14ª.
Outras pesquisas no Brasil já haviam indicado que boa parte dos alunos se mostram satisfeitos com a educação.
No Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), por exemplo, os alunos que responderam ao questionário socioeconômico deram média 7,1 para os seus colégios.
O item que mais preocupava os estudantes, no entanto, era justamente a preparação para o mercado de trabalho.
Para 52% dos alunos que já trabalhavam quando fizeram o Enem, os conhecimentos adquiridos não eram adequados ao que o mercado de trabalho solicitava. Além disso, 73% disseram que o conteúdo aprendido tinha pouca relação com a profissão.
Juliana Carvalho, 16, faz parte desse contingente de jovens que se diz satisfeito com sua escola, mas tem dúvidas com relação ao futuro. Aluna do colégio estadual Souza Aguiar, no centro do Rio, ela elogia os professores, mas diz que se sente apenas "mais ou menos" preparada para o mercado de trabalho.


Texto Anterior: 72% dos jovens têm preparação inadequada
Próximo Texto: Kassab trocará 4 subprefeitos para favorecer seus aliados
Índice