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"Mausoléu" virtual na internet tem 240 mil mortos cadastrados
É o primeiro cadastro do tipo no país, segundo o idealizador; site permite postar perfil do homenageado e depoimentos de parentes
Dados e nomes de pessoas de 300 cidades, a maioria
do Sul, estão registrados
no site; inspiração veio
de página nos EUA
CRISTINA MORENO DE CASTRO
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma espécie de "mausoléu"
virtual, criado há cerca de três
meses na internet, já abriga
240 mil mortos cadastrados. O
site permite que perfis de pessoas que se foram ganhem fotos, vídeos, homenagens e recados dos parentes que ficaram.
É o primeiro cadastro nacional de mortos do país, segundo
o idealizador, o engenheiro civil Maurício Costa, 57, que mora em Blumenau (SC).
O site já registrou a inclusão
de pessoas de cerca de 300 municípios, especialmente da região Sul do país.
Segundo Costa, em até dois
anos o portal Espaço Viver
(www.espacoviver.com.br)
já terá registrado todas as prefeituras do Brasil, o que permitirá saber todos os óbitos do
país. "Quando cadastrarmos
todas, a inclusão de dados das
cidades vai ser automática."
O objetivo, mais adiante, é se
associar a cartórios para que as
novas certidões de óbito entrem automaticamente no site.
O portal busca os registros
em cartórios e cemitérios e só
divulga o nome do morto, de
seus pais e da cidade do óbito.
Há um sistema de busca de
quem morreu. Pessoas inscritas no site também podem cadastrar os parentes e amigos
-o óbito é checado pela equipe
do site antes de entrar no ar.
A secretária Jean Thomsen,
43, de Blumenau (SC), cadastrou dez parentes e amigos. Ela
diz que pretende fazer um memorial para os avós. Para isso,
terá que pagar por um pacote,
que vai de R$ 17 a R$ 490 (taxa
única). Segundo ela, o site é como um Orkut dos mortos.
Se comprar, será o primeiro
que Costa terá vendido. Ele
ainda não lucrou nada com o
site, já que a inclusão do nome
é gratuita, assim como outros
serviços -como deixar mensagens de afeto e montar a árvore
genealógica da família.
Entre os planos pagos, o mais
barato permite uma homenagem de 1.500 caracteres e uma
foto. O mais caro comporta 60
fotos, uma biografia e vídeos.
Ao pensar no site, há quase
dois anos, Costa diz que não conhecia o Orkut, mas logo viu o
Footnote -versão norte-americana que tem mais de 80 milhões de mortos cadastrados.
Segundo ele, os brasileiros evitam falar de morte, mas o site
pode ser um consolo para "80%
das pessoas do país que acreditam em vida após a morte".
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