São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 2008

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Foco deve ser atendimento, diz ex-secretário

DA REPORTAGEM LOCAL

O médico Gastão Wagner, que foi secretário-executivo do Ministério da Saúde entre 2003 e 2005 (governo Lula), critica o modelo de filantropia recém-criado pelo governo federal. Para ele, os hospitais privados filantrópicos deveriam sempre atender à população pelo SUS.
(RW)

 

FOLHA - O que o sr. pensa do novo requisito para concessão do título de filantropia para hospitais privados de ponta?
GASTÃO WAGNER
- Inadequado. Sou a favor de os hospitais privados [de ponta] oferecerem capacitação e pesquisas ao SUS. Eles realmente são referência, dominam a tecnologia e o conhecimento. Mas defendo que o governo compre esses serviços um a um, de acordo com a necessidade. Não dessa forma, como um pacote.

FOLHA - Os hospitais filantrópicos de ponta deveriam atender a um certo número de pacientes pelo SUS, como fazem as Santas Casas?
WAGNER
- Sim. Mas, nesse sistema, a ação dos hospitais deveria ser de fato integrada à do SUS, com o governo ajudando na gestão. Hoje os hospitais filantrópicos fazem o que querem, quando querem, sem atuar em rede com o sistema público.

FOLHA - Como a filantropia era tratada quando o sr. estava no Ministério da Saúde?
WAGNER
- Naquela época havia uma grande pressão da elite médica do país, já era uma coisa polêmica.


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