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Retomar área é retaliação, diz Clube de Regatas Tietê
Advogado nega que o local esteja abandonado
JAMES CIMINO
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado do Clube de Regatas Tietê, Caio Marcelo Dias,
afirmou ontem que a decisão da
prefeitura de não renovar a
concessão de uso da área à
agremiação, que ocupa o local
há 102 anos, foi um ato de retaliação da gestão Gilberto Kassab (DEM).
O prazo de concessão venceu
ontem e a prefeitura afirmou
que não renovará o benefício. A
agremiação, que vai recorrer à
Justiça, tem 60 dias para desocupar o terreno, de 64 mil m2.
Segundo o advogado, a prefeitura retomou a área depois
que o clube foi à Justiça, em
agosto deste ano, cobrar uma
indenização da Dersa -empresa responsável pelas obras de
ampliação da marginal Tietê-,
que transformou um anexo do
clube, conhecido como pirâmide, em canteiro de obras.
A área, de acordo com Dias,
foi cedida ao clube, também em
regime de comodato, até 2046.
"Na época, fomos procurados
por um advogado que dizia representar a Dersa e que nos
prometeu uma indenização de
R$ 151 mil pelas melhorias que
tínhamos feito no local. Mas
nunca pagaram."
O secretário municipal de
Esportes, Walter Feldman, diz
que a indenização não foi paga
porque, ao fim das obras de
ampliação da marginal, será
construído um campo de futebol no valor de R$ 1,2 milhão na
área do triângulo, que hoje tem
cerca de 11 mil m2.
"O clube foi se degradando.
Está cheio de dívidas e hoje é
uma área subaproveitada. Há
um mês eu avisei ao Edson
[Oliveira Rocha, presidente do
clube] que não havia alternativa, apesar do esforço heroico
dele", diz o secretário.
O advogado do clube contesta a afirmação do secretário e
diz que o fechamento do clube
afetará cerca de 5.000 pessoas,
entre sócios, membros de confederações esportivas, funcionários públicos que utilizam as
dependências gratuitamente e
crianças carentes que participam de atividades esportivas
no local.
Ibrahim Kahale, 83, sócio há
57 anos, não acha que o Clube
de Regatas é subaproveitado.
Segundo funcionários, faça
chuva ou faça sol, ele joga todos
os dias duas horas de tênis.
Além disso, o libanês cristão
ortodoxo construiu, com doações de amigos, uma capela em
homenagem a Nossa Senhora
da Imaculada Conceição dentro do clube.
"Se o clube acabar, estou disposto a me trancar na capela,
fazer greve de fome e só sair de
lá morto", diz o sócio.
Ontem, o prefeito Gilberto
Kassab disse que, embora a
prefeitura vá retomar o terreno, o clube terá uma área destinada a sócios e diretores, por
seu trabalho social.
Colaborou EVANDRO SPINELLI , da Reportagem
Local
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