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Morador teme por sujeira e insegurança
DA REPORTAGEM LOCAL
Sujeira, insegurança e hostilidade da população assistida.
Essas são as razões apontadas
por moradores do entorno da
praça Ernâni Braga para pedir
o fim da distribuição de alimentos no local. "Preconceito
não há. Há incompatibilidade
de uso. Aqui é uma região residencial e essas pessoas são estranhas ao bairro", diz Delson
Lopes, da Sociedade dos Amigos do Alto de Pinheiros.
Para o economista Fernando
José, 40, a doação deveria ser
feita na sinagoga de Zajac, que
também fica na praça, em vez
do canteiro. "Acho vergonhoso
expor assim as pessoas que
precisam de caridade, como
numa vitrine", critica.
Segundo o rabino, caso a
doação fosse feita na sinagoga,
a fila ficaria próxima à entrada
das casas, causando mais problemas à vizinhança.
As reclamações não se restringem a moradores. "Esses
maloqueiros tiram o sossego
da gente. Se fosse um bairro
pobre como o meu, mas num
bairro bom não era para ter bagunça", afirma a empregada
doméstica Inês da Silva, 48.
Defensores
Entretanto, o projeto conta
com apoio de moradores como
a advogada aposentada Eunice
Costa, 73. "Eu não acho que o
canteiro seja o melhor lugar,
mas por que a prefeitura, em
vez de proibir, não ajuda a organizar?", questiona Costa, que
também critica a atitude da vizinhança. "Tem gente achando
que com isso o bairro fica feio,
parece favela. Mas o que é preferível? Afastar os pobres para
o bairro ficar bonito? Isso é
uma hipocrisia sem tamanho
num país de miseráveis."
(AL)
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