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O secretário de Segurança, Anthony Garotinho, informou que dois policiais foram presos em flagrante ontem, numa delegacia, negociando por R$ 100 mil a liberdade do traficante José Roberto Pinto da Costa, o Capixaba, 29, chefe do tráfico nas favelas da Mandela e da Varginha, em Manguinhos (zona norte do Rio).
O delegado titular, que não estava na delegacia no momento do flagrante, foi exonerado do cargo, e outros dois PMs envolvidos no crime estariam foragidos.
Os policiais foram autuados por concussão (crime de extorsão praticada por funcionários públicos) e podem ser condenados a até 16 anos de prisão.
Escuta feita no celular do traficante revelou que, após sua prisão, ele pedia dinheiro a outros criminosos para supostamente pagar a propina dos policiais.
A Corregedoria de Polícia foi acionada após a gravação revelar que a extorsão ocorria na 33ª Delegacia de Polícia, na zona oeste.
Escoltada, a corregedora Tatiana Losch foi ao local. Ao receber os policiais, o investigador Carlos Valério da Conceição teria negado que alguém estivesse preso na delegacia, mas, ao vistoriar as salas, a equipe da corregedora teria encontrado o traficante e o cabo do 14º Batalhão de Polícia Militar (Bangu, zona oeste) Neudder Darlen da Silva Maia negociando. A Folha não conseguiu localizar os advogados dos policiais.
Garotinho afirmou que o celular do traficante estava grampeado havia 15 dias e que nas próximas horas outros policiais civis e militares devem ser presos.
As gravações, disse ele, mostram a negociação entre outros policiais e o traficante para liberar drogas apreendidas na operação Pressão Máxima, que visa coibir o narcotráfico no Estado. "Após a reestruturação da polícia com novas fardas, carros e instalações, chegamos ao limite da ação, que poderá seguir apenas após o expurgo dos maus policiais."


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