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SAÚDE
Vítima é do Vale do Paraíba
Estado tem a 14ª morte pela "febre do carrapato"
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
O Instituto Adolfo Lutz confirmou ontem a 14ª morte por febre
maculosa no Estado de São Paulo
somente neste ano. Cristhian Alves de Souza, 15, morador de
Queluz (234 km a nordeste de São
Paulo), no Vale do Paraíba, morreu no dia 22. Foi o primeiro caso
da doença na cidade, segundo a
Secretaria Municipal da Saúde.
Já são 31 casos confirmados de
febre maculosa em São Paulo neste ano. O número é inferior ao de
2004, quando 34 casos confirmados foram registrados. A doença é
transmitida pela picada do carrapato-estrela infectado.
De acordo com a secretária da
Saúde de Queluz, Imaculada Conceição Magalhães, a primeira vez
que Souza procurou atendimento
médico na cidade foi no dia 9 de
novembro. Segundo ela, o rapaz
apresentava apenas febre baixa e
dor de garganta. E foi diagnosticada uma amigdalite.
Em 11 de novembro, o rapaz
voltou à unidade de saúde da cidade apresentando febre mais alta, diarréia e dores pelo corpo. A
febre maculosa também provoca
manchas pelo corpo.
De acordo com especialistas, a
demora no diagnóstico, muitas
vezes, pode ser fatal em casos de
febre maculosa. Além disso, a febre tem sintomas compatíveis
com os de outras doenças.
Depois da nova consulta médica, o rapaz foi internado e transferido para a Santa Casa de Cruzeiro, também no Vale do Paraíba.
"A partir daí, a possibilidade de
febre maculosa foi cogitada. O paciente passou a ser tratado com
antibióticos", disse a secretária.
Segundo ela, os médicos acreditavam que pudesse ser outra
doença. "Foi levantada a hipótese
de ser dengue hemorrágica, meningite e leptospirose, doenças
que têm os mesmos sintomas da
febre maculosa, mas que são mais
recorrentes na cidade. Também
se suspeitou de apendicite, e ele
quase foi submetido a uma cirurgia", declarou secretária.
Diagnóstico
Souza, entretanto, morreu no
dia 22. Magalhães não acredita
em falha médica no diagnóstico.
"A febre maculosa é uma doença
muito difícil de diagnosticar. E
não havia nenhuma informação
de que o paciente havia sido picado por carrapato", disse.
Segundo ela, o rapaz teria sido
picado em um campo de futebol
próxima à casa dele. As áreas próximas tiveram o mato cortado e
receberam placas identificando a
presença do carrapato-estrela e o
risco da doença.
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