São Paulo, terça-feira, 29 de novembro de 2005

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TRÂNSITO

Região tem movimento de 200 mil carros por dia; a nova sinalização do asfalto já está sendo demarcada

Prefeitura, agora, espreme as faixas da ligação Leste-Oeste

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

A experiência de espremer a largura das faixas de trânsito existentes para criar uma adicional -adotada pelo governo José Serra (PSDB) inicialmente na av. 23 de Maio- está sendo estendida a outras vias da capital paulista.
A ligação Leste-Oeste, por onde passam 200 mil veículos a cada dia, será a próxima a ter esse tipo de mudança no tráfego.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) defende essas ações sob a alegação de melhorar a fluidez e a segurança -porque os motoboys não conseguem passar no espaço entre os autos.
Mas elas enfrentam a resistência de uma parcela de motoristas e de motociclistas até porque tende a elevar a disputa pelo espaço na via e as batidas nos retrovisores.
A nova sinalização do asfalto já começou a ser demarcada num trecho de 400 metros da Radial Leste-Oeste, da rua da Assembléia ao acesso da rua major Diogo, sentido bairro-centro. No local há um estrangulamento por conta dos veículos que vêm da av. 23 de Maio, altura do viaduto Jaceguai.
Nessa via, a quantidade de faixas de rolamento passará de três para quatro até a semana que vem (se não chover, é possível que a nova pintura seja concluída antes), mas elas ficarão ainda mais estreitas do que a da experiência inicial da administração tucana.
Outro trecho que terá esse tipo de mudança nas próximas semanas abrange 600 metros da avenida Alcântara Machado, na continuação da ligação Leste-Oeste, do viaduto Bresser até a rua Jaibarás, no sentido centro-bairro.

Máxima utilização
O gerente da CET, Wlamir Lopes da Costa, afirmou à Folha que as mudanças estão sendo feitas em meio às obras de repintura ou recapeamento de algumas vias de São Paulo, mas não soube dizer se ainda haverá estreitamento em outras regiões. Essa alteração é conhecida como MULV (Máxima Utilização do Leito Viário).
A idéia de "apertar" as faixas divide os técnicos. Alguns criticam a possibilidade de aumentar os conflitos. Outros avaliam que, ao aumentar a capacidade da via, pode ajudar reduzir os congestionamentos e os acidentes graves -já que os veículos não conseguem andar em alta velocidade. O presidente da CET, Roberto Scaringella, divulgou um balanço inicial da implantação do MULV na av. 23 de Maio, pelo qual a participação das motos no total de acidentes teria caído de 33% para 25%. A lentidão, pelas estatísticas da gestão tucana, teve queda de 80% pela manhã e 50% à tarde.
Mas ele reconhece que esses dados abrangem um período muito curto para haver uma conclusão.


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