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AMBIENTE
Com mais 9 pessoas, Eduardo Jorge ataca demora na votação de projetos para criar parque e área de proteção
Secretário de Serra faz ato quase solitário em frente à Câmara
DA REPORTAGEM LOCAL
Faixa na mão e um grito de protesto no ar. Foi assim que o secretário municipal do Verde e do
Meio Ambiente, Eduardo Jorge,
participou de uma manifestação
de ambientalistas ontem à tarde
em frente à Câmara Municipal.
Havia pouca gente na "vigília".
Só Jorge e outras noves pessoas,
que se espremeram no canteiro
central do viaduto Jacareí, diante
do Legislativo paulistano.
Eles protestavam contra a demora na votação de dois projetos:
a criação do Parque Natural da
Cratera de Colônia e da APA
(Área de Proteção Ambiental) do
Bororé, ambos na zona sul da cidade de São Paulo.
Segundo os ambientalistas,
aprovadas essas áreas, será impedido o crescimento desordenado
na direção dos mananciais de
abastecimento (Billings e Guarapiranga) e protegido um dos últimos remanescentes de mata
atlântica da cidade, além de preservar a cratera, buraco de 3,6 km
de diâmetro formado pelo impacto de um meteoro há milhares de
anos -tombado pelo patrimônio
histórico e hoje ameaçado pelo
avanço da mancha urbana.
"Todos os vereadores dizem ser
favoráveis aos projetos. Mas eles
estão parados [desde maio] e
nunca vão para votação. Por
quê?", questiona o secretário.
Segundo a Folha apurou, até
mesmo a bancada do PSDB
-partido do prefeito José Serra,
chefe de Eduardo Jorge- na Câmara Municipal estaria dividida
em relação ao projeto.
Isso porque assessores do governador Geraldo Alckmin (também do PSDB) teriam alertado
vereadores de vários partidos
aliados que a aprovação da APA e
do parque poderia atrasar o início
das obras do trecho sul do Rodoanel -um dos principais projetos
para 2006 de Alckmin, que, como
Serra, é um dos tucanos mais cotados para disputar a sucessão de
Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Não sei nada sobre esse suposto pedido político. O que me
preocupa é a rápida pressão habitacional na zona sul nessas áreas
ainda preservadas. Estamos perdendo tempo enquanto a mata
vai sendo degradada", diz Jorge.
A assessoria de imprensa de
Alckmin disse que o governador
não é contrário à criação da APA
nem do parque e que os dois não
interferem nos projetos do Rodoanel. A assessoria informou
ainda que Alckmin não fez interferência alguma na questão.
Quando a APA for criada, serão
vedadas no local atividades que
degradam o ambiente, como indústrias poluidoras e caça e pesca
predatórias. Também serão proibidos fábricas de bloco e o comércio de materiais de construção
-atividades indutoras da ocupação urbana.
(FABIO SCHIVARTCHE E AFRA BALAZINA)
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